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ENGANO
Pistorius afirmou pensar que quem estava no
banheiro era um ladrão e não a namorada

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O corredor sul-africano Oscar Pistorius recebeu as palavras de redenção do juiz Desmond Nair na manhã da sexta-feira 22: terá direito a pagar fiança de R$ 220 mil e a responder em liberdade à acusação de assassinato premeditado de sua namorada, a modelo Reeva Steemkamp, morta com três tiros na madrugada do dia 14 de fevereiro na mansão do atleta em Pretória. As audiências, que se converteram em um verdadeiro tribunal do júri, mostram que a promotoria terá trabalho para derrubar a versão apresentada pelo primeiro atleta biamputado a participar de uma Olimpíada.

Pistorius disse que retirava um ventilador da varanda por volta das 3 horas da madrugada quando escutou um ruído no banheiro. Assustado com a possibilidade de ser um ladrão, buscou um revólver 9 mm que ficava sob sua cama e, depois de gritar para que a namorada telefonasse para a polícia, disparou quatro vezes contra a porta. Pistorius contou que percebeu a ausência de Reeva apenas nesse momento, quando voltou ao quarto para buscar suas próteses. Desesperado pelo trágico engano, forçou a porta trancada do banheiro com um taco de críquete para conseguir resgatá-la. Com o corpo ensaguentado no colo (ela levou três tiros, na cabeça, no quadril e no cotovelo), desceu até o andar térreo da casa na espera de ajuda. A promotoria sustenta que Pistorius cometeu um crime premeditado após uma discussão com a namorada.

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O confuso depoimento do delegado Hilton Botha, que ficou a cargo das investigações até a quinta-feira 21, atrapalhou o trabalho da promotoria. Ele afirmou que as evidências coletadas não desmentiam Pistorius, mas se contradisse em diversos momentos, confirmando as suspeitas de que a perícia foi malfeita. Botha admitiu que os sapatos dos investigadores não foram protegidos para preservar a cena do crime e que desconhece as substâncias encontradas na casa (antes havia feito referência a esteroides e testosterona). Pouco depois de depor, o delegado foi afastado do caso em razão da reabertura de um processo no qual responde por sete tentativas de assassinato. Espera-se que a perícia e a reconstituição do caso ajudem a esclarecer as dúvidas dessa tragédia até o julgamento do caso. 

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