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Assista ao trailler de Michael Jackson Thriller – Live, um tributo ao rei do pop

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NO AUGE
Cena do espetáculo, em Londres. Jackson assistiu, gostou e declarou:
"É bonito"

Somente na última semana, depois de quatro anos de sua morte, é que se descobriu que Michael Jackson viu e aprovou sem ressalvas um musical que conta a história de sua vida. A informação foi dada pelo diretor e coreógrafo inglês Gary Lloyd e, na sequência, confirmada pela família do popstar. Jackson teria dito sobre o show: “É bonito.” Trata-se de “Thriller Live”, um espetáculo que explora de maneira explícita inclusive o seu lado feminino. A partir da sexta-feira 22, o público brasileiro vai ter o privilégio de conhecer a montagem, que já passou por 23 países, com mais uma inovação: essa será também a única vez que o musical ganhará uma produção nativa, com parte do elenco escolhido no Brasil. Após a temporada no Rio de Janeiro (no Citibank Hall), o espetáculo viaja para São Paulo e Belo Horizonte, mostrando as diversas fases musicais do cantor, desde a infância como vocalista do grupo Jackson 5 até o momento em que se preparava para voltar aos palcos em 2009. “Jackson foi o artista mais inventivo da música, da dança e dos videoclipes e, por isso, é uma referência até hoje. O show trata disso”, diz Lloyd, que não incluiu no enredo nada da vida pessoal do artista, nem sequer suas cirurgias plásticas. 

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INOVAÇÃO
Musical de R$ 10 milhões utiliza 14 bailarinos brasileiros

Além das 33 músicas e das elaboradas coreografias, tudo foi estudado em detalhes para melhor representar Jackson. As jaquetas de lantejoulas do figurino, por exemplo, trazem um imenso “V” nas costas, feito apenas de tecido, sem os paetês. Pode parecer um pormenor irrelevante, mas revela um pouco da personalidade do cantor. Jackson começou a usar roupas com esse corte depois de se acidentar durante a gravação de um comercial e queimar o couro cabeludo. A partir daí, passou a se preocupar obsessivamente com os cabelos – inclusive para que eles não se enroscassem nos bordados de suas jaquetas. Esse episódio aconteceu no auge da carreira, em 1984, período bem ilustrado no musical. Outros ângulos mostrados no palco representam a sua fase soul, o momento em que flertou com o rock e o misterioso traço que paira sobre tudo isso, a já citada “persona” feminina.

Como acontece em todas as montagens de “Thriller Live”, também no Brasil esse personagem será interpretado por uma mulher.
“Ter uma garota entre os cantores traz não somente essa feminilidade como também um elemento que remete a Janet (irmã do cantor), diz Lloyd.

Na montagem nacional, o papel feminino ficou com Leilah Moreno. “Desde os cinco anos, eu já imitava Michael Jackson. Não acho que ele tivesse essa feminilidade toda, era bem masculino no seu jeito de dançar”, diz a cantora. Além dela, há outro intérprete brasileiro atuando como Jackson, ao lado de ingleses e americanos: Renato Marques. Na fase infantil, quatro crianças vivem o astro na época do Jackson 5, todas escolhidas no País. Elas se revezarão nos cinco espetáculos semanais. Os 14 bailarinos são daqui e foram a razão de o diretor ter montado parte do elenco no País. Lloyd já conhecia a fama dos dançarinos brasileiros, realizou testes sem o compromisso de chamá-los para o trabalho e terminou por usá-los em todo o corpo de dança.

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PORÇÃO MULHER
Leilah Moreno como Jackson feminino: ele influenciou também as cantoras

As confusões em torno do espólio e mesmo da guarda dos filhos de Michael Jackson não mudaram o curso do musical, que já soma mais de duas mil apresentações. “Mostramos o show para a comissão dos direitos autorais. Tínhamos limitações sobre que história contar e em que ordem cronológica”, afirma o coreógrafo. Após a morte de Jackson, alguns de seus irmãos apareceram de surpresa no teatro. Faziam um documentário sobre a família e, com as câmeras ligadas, assistiram aos primeiros 15 minutos. Depois, a equipe de filmagem saiu e eles ficaram até o fim. “Eles cantaram junto, dançaram, choraram. No final, foram nos dizer que adoraram”, diz Lloyd, que não revela detalhes do contrato. Com custo de R$ 10 milhões e 30 toneladas de som e luz, “Thriller Live” abrange um repertório de 33 músicas tocadas ao vivo e reúne uma equipe técnica de 100 pessoas, 50 delas artistas. No guarda-roupa, 450 peças de figurino, 300 pares de sapato e um item muito especial: a icônica luva branca que Jackson usou no clipe da música “Bad”.

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Fotos: Divulgação; Lester Cohen/WireImage