Sedução

A sedução e a atração muitas vezes estão em um detalhe, num olhar, num sorriso, numa frase de um bilhete de papel de pão ou até mesmo no jeito de andar, independentemente de qualquer apelo sexual, da fantasia e do fascínio. “Atração total” (ISTOÉ 1795).
Antonio A. João
São Paulo – SP

Política

Parabenizo a revista ISTOÉ pela lucidez com que tem tratado o “caso” Waldomiro. O diretor de redação Hélio Campos Mello só merece aplausos, pois dá um grandioso exemplo aos pré-históricos “moralistas” da Nação, de como devemos tratar com respeito o nosso país. Felizmente os “arautos do apocalipse” não conseguirão paralisar o País como pretendem. Nossa economia, assim como nossa capacidade de construção derrotarão novamente os trombeteiros do atraso. O Brasil não parará. “Cuidado com o doente!” (ISTOÉ 1795).
Rui Alvacir Netto
Lages – SC

O governo continua encarando o caso Waldomiro com muito mistério. Enquanto deveriam estar se dedicando a solucionar o caso ficam
dando sempre um “jeitinho” para que não se levem muito à frente
as negociações. O Brasil é muito maior que o Waldomiro. Então, que
não meçam esforços para incriminar os culpados.
“Cartada de Lula” (ISTOÉ 1795).
Jefferso Garcia
Niterói – RJ

O senador tucano Arhur Virgílio ao pregar insistentemente a necessidade de uma CPI em relação ao governo federal, se esquece de que indícios muito mais fortes de corrupção foram encontrados no governo de FHC, como a compra de votos para a reeleição do mesmo. Arthur Virgílio mostra-se hipócrita e pouco sensível aos verdadeiros problemas do Brasil: o desemprego e a fome. Tentar imputar ao PT crimes de terceiros não é o caminho para a construção de um Brasil melhor. Os tucanos têm moral para pedir CPI de alguma coisa?
Fláudio Azevedo
Itapevi – SP

O crime do bispo Rodrigues foi receber dinheiro de Waldomiro Diniz? Esse dinheiro foi investido totalmente na construção do templo da Universal no Rio de Janeiro? Se Edir Macedo o destituiu por esse motivo, então, para não ser também considerado corrupto, deve devolver o dinheiro ao povo brasileiro que é seu dono real.
Durval F. de Sousa
Goiânia – GO

Muita confusão no Distrito Federal, pois os partidos não se entendem. Mais uma novela que não deverá chegar ao fim. Deve-se instalar
uma ampla CPI que investigue as campanhas de governos anteriores
e do atual, envolvendo partidos do governo e a oposição. Oxalá, que tudo não acabe em pizza!
Carlos Arthur Schwarz
Vitória – Es

PFL e PSDB usam o imbróglio Waldomiro Diniz na tentativa de
inviabilizar o governo Lula. Se eles tivessem tido a mesma postura
no governo passado não estaríamos vivendo hoje essa instabilidade política, social e econômica.
Jeferson Malaguti Soares
Belo Horizonte – MG

O País surtou no dia da posse de Lula. Emocionada, chorei quase que o tempo todo. A pele arrepiada pela sintonia de amor que o povo dedicava ao nosso recém-eleito presidente. Foi firmado um pacto, um compromisso, que dispensava assinaturas, formalidades cartorárias. Agora, essas cenas me parecem distantes. Custo a crer que isso se deu há alguns meses. É certo que o País precisava de muitos ajustes e que as mudanças não viriam em um estalar de dedos, mas o que aconteceu foi muito pior do que o fracasso de um plano econômico: rasgou-se em público a máscara do partido e mostrou-se que são todos iguais, farinha do mesmo saco, e estão comprometidos com o poder e com seus próprios interesses. Onde está a sede de verdade do PT?
Maria Aparecida J. Pombo Freitas
São Paulo – SP

Como um ato do Executivo em forma de medida provisória pode
cassar uma liminar, que é uma prerrogativa do Judiciário? No mais,
o que fica transparente é a falta de rumo do governo, que, em um primeiro momento, era favorável à legalização dos bingos e, após ser descoberto o caso Waldomiro Diniz, posa de paladino da moralidade, criando factóides, mas com um agravante: desta vez seu ato joga na
rua do desemprego uma quantidade de pessoas que tira seu sustento
das casas de bingo.
Lander das Dores Silva
Belo Horizonte – MG

Ibama

Nos causa estranheza o conteúdo da nota “Ibama manso e caro” (ISTOÉ 1795), publicada na coluna Fax Brasília, por Tales Faria, que aparenta não ter clareza sobre a real função da fiscalização executada pelo Ibama e pelos demais órgãos conveniados. A fiscalização ambiental tem por objetivo proteger o meio ambiente e coibir o uso predatório dos recursos naturais, e não arrecadar como parece sugerir a referida coluna. A presença do órgão inibe a ação predatória e assim não são aplicadas multas, já que o dano ambiental não ocorreu. Neste caso, o resultado sob o aspecto da arrecadação é pequeno, mas o meio ambiente e os recursos naturais são efetivamente protegidos. Tendo clareza sobre a missão do Ibama, a atual gestão tem envidado esforços para cada vez mais focar o trabalho da fiscalização na prevenção do dano ambiental e, não na arrecadação. Em decorrência, estima-se que aproximadamente 640 mil ha de desmatamentos foram evitados na Amazônia legal em 2003. A redução no valor arrecadado em 2003 pode ser analisada, seguindo a linha da coluna, como um eventual abrandamento da ação fiscalizatória no final da gestão FHC (ano eleitoral), já que o impacto das multas aplicadas durante a atual gestão deverá se fazer sentir a partir do presente ano. Finalmente, cabe ressaltar que o Ibama não reconhece os valores publicados na nota, tanto em relação ao número de multas quanto ao de arrecadação, bem como atribui a tentativa de vinculação destes valores a uma ou outra gestão e à expressiva falta de compreensão do processo de aplicação da legislação ambiental. A título de esclarecimento, em 2003 foram aplicadas 20.150 multas, totalizando R$ 568,2 milhões. A parcela e o período em que estas multas serão efetivamente arrecadadas dependerão do andamento dos processos conforme o trâmite previsto na legislação.
Flávio Montiel
Diretor de Proteção Ambiental do Ibama
Brasília – DF

Cursinhos populares

Em complementação à matéria “Mais perto do canudo” (ISTOÉ 1794), gostaríamos de informar que o Programa Diversidade na Universidade, implementado pelo MEC, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), está selecionando projetos inovadores de cursos pré-vestibulares voltados para a promoção da inclusão social, étnica e racial no Brasil. As inscrições das instituições promotoras dos cursos encontram-se abertas até o dia 10 de março. Os projetos devem ser apresentados por entidades de direito público ou privado sem fins lucrativos. O principal foco dos projetos deverão ser as populações afrodescendentes e/ou indígenas dos seguintes Estados: Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Para a obtenção do Edital de Convocatória 035/2004, os interessados deverão acessar a página do MEC: https://www.mec.gov.br/semtec/diversidade ou da Unesco: https://www.unesco.org.br/edital<https://www.unesco.org.br/edital>
Marise Nogueira Ramos
Diretora de ensino médio
Ministério da Educação – MEC
Brasília – DF

Hiperatividade

Gostaria de parabenizar a revista pela matéria “Travessuras da mente” (ISTOÉ 1795). Sou bolsista do CNPq e trabalho com pesquisa na área da educação. O assunto hiperatividade e déficit de atenção foi muito bem colocado pela jornalista, que procurou da melhor forma englobar os diferentes campos para um diagnóstico mais preciso. Atualmente, milhares de crianças são classificadas como avoadas, desapercebidas, desinteressadas e preguiçosas, o que, sem dúvida, acarretará uma baixa auto-estima dessas crianças. Na matéria faltou levar em consideração um aspecto importante, que é a relação social e a estrutura familiar, que muitas vezes está diretamente relacionado a uma possível dificuldade de aprendizagem e a um grau elevado de ansiedade.
Marcelo Gulini Chiodi
Campinas – SP

Gestação

Gostaria de parabenizar pessoalmente Lena Castellón pela reportagem “Vidas em dobro” (ISTOÉ 1794). Eu poucas vezes vi uma reportagem tão objetiva e precisa nas informações médicas, sem deturpação das palavras e transmitindo a mensagem correta do diagnóstico e intervenção precoces. O tema é complexo até para os médicos, e a jornalista fez parecer simples. Parabéns mais uma vez a Lena Castellón e à revista ISTOÉ. Foi um grande prazer o nosso contato.
Dra. Denise Araújo Lapa Pedreira
Coordenadora de Medicina Fetal do Hospital Albert Einstein
São Paulo – SP

Aids

Não tem como fechar os olhos, a Aids está para todos: brancos, casados, católicos, evangélicos, etc. O importante é divulgar e conscientizar a população. Se formos analisar o meio de informação de acordo com a crença religiosa, jamais alcançaremos nosso objetivo. Já passou da hora de a Igreja “arregaçar a batina”, sair da ignorância “medieval” e começar a lançar suas campanhas.
“Virada de jogo” (ISTOÉ 1794).
Junia de O. Borges
Uberlândia – MG

Joãosinho Trinta, os fabricantes e outros que ganham dinheiro com preservativos devem estar revoltados com Deborah Secco, pela contrapropaganda ao dizer que usa camisinha, mas não confia. Prova disso é a declaração que a mãe dela é quem abre os resultados dos exames do laboratório. Sexo seguro, e com economia (para tristeza dos laboratórios), é a recompensa de Deus para os casais fiéis.
Padre Antonio Ordones Lemos
Divinópolis – MG

Ateísmo

Parabéns à revista ISTOÉ pela corajosa reportagem “A vez dos incrédulos” (ISTOÉ 1794). Ela me deixou sobremodo satisfeito por saber que não estou sozinho na incredulidade.
Haroldo Ribeiro Nogueira
Divinópolis – MG

As recentes reportagens de ISTOÉ “Deus fora da classe” edição 1793 e “A vez dos incrédulos” (1794) oferecem-nos alguns ensinamentos para a realidade brasileira. Os europeus, por razões variadas, insistem na defesa do Estado laico e, para isso, empreendem esforços tais como suprimir símbolos religiosos nas vestimentas dos alunos e inclusão de pensadores contrários à religião e à existência de Deus, na disciplina de ensino religioso. Nós, brasileiros, estamos longe dessa afirmativa laica ou ateísta por parte do Estado, não sei bem se por bem ou por mal. O que podemos dizer é que, no Brasil, apesar da separação Igreja/Estado desde a Constituição de 1891, ainda se vê a presença ostensiva dos interesses da religião dominante junto ao Estado em seus vários níveis, à cata de concessões. Que possamos – poder público e cidadãos – em nome do pluralismo religioso ao menos não permitir que o Estado brasileiro continue apadrinhando uma religião com privilégios de padroado, ignorando a cidadania religiosa dos outros não menos brasileiros.
Marcos José Diniz Silva
Quixadá – CE

Os pensadores ateus deveriam explicar a origem do universo, de
maneira convincente, antes de perguntar quem criou Deus. Eu acredito em Deus e sou incrédulo aos pensamentos desses filósofos, porque
não me convencem…
Marcos Antonio do Carmo Moreira
Santo Antonio de Jesus – BA

Racismo

Face a execução fria e covarde que um bando de facínoras praticou contra o jovem Flávio Ferreira Sant’Ana, não apenas enodoaria a briosa Força Pública Paulista – não fora a pronta e contundente reação do seu comandante –, como lamentavelmente se trata da ponta de um iceberg. Intencionalmente deixou-se de mencionar a eventual condição sócio-cultural do indigitado, assim como, também, como títulos desta matéria foram, de propósito, igualmente utilizadas as candentes expressões, embora tardia, não só do ilustre ministro da Justiça, como também do não menos votado governador do Estado de São Paulo, acerca do infausto acontecimento. É pouco, muito pouco, o que se tem reagido sobre o desditoso episódio. Precisa-se fazer mais barulho; é preciso que toda a sociedade reaja e, sobretudo, o segmento étnico atingido. É assim que fazem todos os chamados grupos discriminados, não será preciso nominá-los, todos sabem e os conhecem. Todos sabem, também, o que termina sendo mais doloroso, as causas, o diagnóstico desta situação há muito insuportável e que já se arrasta por quase quatro séculos, desde o alborecer deste país. Tudo isso já é sabido, chove-se no molhado, mas não dá mais para fingir. Chega! Vamos assumir também os papéis de atores e protagonistas. As cotas – não apenas nas universidades – são ações afirmativas e emergenciais. A ascensão política essencial como alavanca da transformação. Precisamos mudar a cara, o perfil, de fato, deste país. No caso da tragédia de que se trata, certamente os setores competentes saberão agir com o rigor da lei em benefício das vítimas, seja na área criminal quanto civil, sem se esquecer da responsabilidade desidiosa do Estado. Disso tudo também emerge, mais uma vez, a consolidar o inconsciente, o espetáculo nada edificante para os jovens e crianças afrodescendentes a fixar a imagem cruel da impotência e da subalternidade, toldando-lhes a esperança, altivez e perspectiva. “O dentista Tiradentes” (ISTOÉ 1793).

José R. A. de Sant’Anna
2º diretor-secretário da Anaad
Associação Nacional dos Advogados Afrodescendentes
Salvador – BA