E agora, Genoino?
Os líderes dos partidos governistas anunciaram publicamente sua estratégia para barrar qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito sobre bingos, sobre o caso Waldomiro, etc.: não vão indicar seus membros para essas comissões. É aí que vale a pena lembrar alguns argumentos usados pelo PT no passado. Deles todos, o mais consistente foi apresentado a este colunista pelo atual presidente do PT, José Genoino, quando o governo FHC decidiu barrar a CPI dos Bancos no Congresso, com a mesma estratégia. Disse Genoino: “O Parlamento é a casa da vitória das maiorias com respeito às minorias. Quando os líderes decidem não indicar membros para uma CPI que obteve número regimental para ser instalada, o trator da maioria simplesmente massacra a minoria. No limite, isso pode resultar em que nunca haverá uma CPI contra governo que tenha maioria. O que é um absurdo, pois as CPIs existem para apurar irregularidades em qualquer governo, mesmo que eles sejam absoluta maioria.” Conhecendo-se Genoino, é pouco provável que ele volte atrás em sua declaração.

PT versus PMDB

O Palácio do Planalto recebeu uma carta assinada por cerca de 40 deputados federais petistas pedindo a nomeação de um profissional de carreira dos Correios para ocupar a presidência da empresa. Em tom de alerta, o recado é contra o PMDB, que já escolheu para o cargo o ex-deputado João Henrique. Traz assinaturas do atual líder do PT na Cãmara, Arlindo Chinaglia (SP), e do ex-líder Nelson Pelegrino (BA).

A guerra das geladas

A Dolly Refrigerantes está distribuindo e-mails com o seguinte teor: “Quem foi o assessor técnico do Secretaria de Desenvolvimento Econômico que jantou com Daniel de Carvalho Mendonça, gerente de relações governamentais da Coca-Cola, no dia 21 de novembro de 2003, no restaurante Universal Diner, em Brasília, gastando R$ 130, conforme nota fiscal e comprovantes de reembolso da própria Coca-Cola obtidos pela Dolly Refrigerantes?” Mais: “Daniel solicitou também reembolso de R$ 95,70 de despesas realizadas no dia 19/11 – no caso, ele apenas registra ‘almoço com assessor parlamentar’. Quem será?”

Petista descontente

A foto acima é de outdoor exibido em pleno centro de Brasília, que ficará por mais dez dias azucrinando o governo. Foi encomendado por Newton Moraes, 50 anos, funcionário público estadual em Governador Valadares, que diz ter investido cerca de R$ 1 mil com mais oito amigos. Newton afirma que se filiou ao PT há cerca de quatro anos: “Fiquei indignado com o governo, que está abafando investigações, como fazia FHC. Fiz isto para ver se o PT e o Lula colocam a cabeça no lugar.”

Elle vencerá?

A tropa collorida está assanhada. Na terça-feira 9, o Tribunal Superior Eleitoral julga o recurso do ex-presidente Fernando Collor de Mello contra o governador Ronaldo Lessa (PSB), de Alagoas, por suposto crime eleitoral na campanha de 2002. No momento, Collor vence por dois votos a um, no colégio de sete juízes.

Otimismo

Técnicos da Fazenda e da Justiça trabalham em ritmo febril no novo modelo do sistema antitruste. Com ele, o governo pretende reforçar o controle sobre os cartéis e oligopólios, domando o furor em remarcar preços e, por tabela, abrindo espaço para o Banco Central reduzir os juros. Pelo menos dois ministros que despacham diariamente com Lula já falam em taxa de juros de cerca de 10% ao fim deste ano, dois pontos porcentuais abaixo da projeção mais otimista.

Bom de faro

O

Diário Oficial

de segunda-feira 1º publicou a nomeação de Jaime Alves de Freitas para o cargo de secretário executivo do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, que controla a remessa de divisas ao Exterior. A mulher de Jaime, Maria Filomena, era gerente da agência do Banestado no Centro Cívico de Curitiba quando aconteciam as estripulias das contas CC-5. Na época, Jaime era auditor do Banco Central na capital paranaense – e não descobriu nada.