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Uma base de pesquisas autossuficiente passou a operar nesta semana em uma plataforma de gelo a 1,5 mil quilômetros do Polo Sul. A estação científica Halley VI Antarctic foi construída pensando nas condições severas do território: enquanto estruturas tradicionais têm dificuldades de se manter estáveis no gélido continente – devido à mobilidade do gelo e à ameaça de soterramento da neve -, o novo laboratório conta com "pernas" extensíveis que o permitem subir acima do nível do gelo e até ser movido para um local mais seguro.

A invenção é a plataforma de pesquisas mais longínqua já operada pelo British Antarctic Survey (BAS), órgão responsável pelos interesses do Reino Unido na Antártida, e será a casa de mais de 50 cientistas pelos próximos meses. Com um custo total de 25,855 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 77 milhões), a base conta com oito vagões de 160 metros quadrados cada – exceto o central, três vezes maior. Os módulos podem ser conectados entre si e consistem em áreas de pesquisa e alojamentos.

Os módulos podem ser erguidos através de um mecanismo hidráulico como forma de se adaptar ao constante aumento nos níveis de neve. A base pode ainda ser realocada, conforme a necessidade dos cientistas, o que preserva a estrutura no caso de o local onde ela foi fixada se desprender da calota polar como um iceberg, por exemplo.

No centro da base fica um módulo vermelho de dois andares que funciona como o coração da estação: uma ampla área social com cozinha, academia, muro de escalada, um jardim, além de sombras e luzes especialmente projetadas com lâmpadas diurnas para simular o nascer do sol – e combater o adverso clima da Antártida.

A plataforma, inaugurada ontem, já está em pleno funcionamento. Ela substitui a Halley V, localizada na plataforma de gelo Brunt há 20 anos.

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Histórico

O arquiteto responsável pelo projeto, Hugh Broughton, contou à BBC que começou a trabalhar na ideia da plataforma em 2004.

As cinco estações Halley anteriores desapareceram sob o gelo – o que levou os arquitetos a criarem a primeira estação de pesquisa completamente realocável construída em uma região polar. Enquanto permanece no mesmo local, a Halley VI Antarctic pode se adaptar ao sempre crescente acúmulo de neve ao erguer sua base de sustentação.

Quando é preciso se mover – para avançar em uma área de pesquisa ou evitar ficar enterrada na neve -, a base volta ao nível do solo, tem seus módulos desconectados e eles são puxados individualmente por tratores com esquis gigantes.

 


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