Moda nos Estados Unidos, o método de treinamento criado pelo professor Kenneth Cooper tornou-se uma mania também no Brasil. Foi o começo por aqui da mais rentável era de culto ao corpo. Seis anos depois, desembarcava em São Paulo o conceito de academia de ginástica, que consolidou um mercado e consagrou a “malhação” como um comportamento moderno. Reunir homens e mulheres envoltos em modelinhos de fibra sintética e com o mesmo objetivo de ficarem esteticamente irrepreensíveis rendeu preconceitos no início. O padrão de beleza que começava a surgir era o dos corpos sem gordura e depois desenhados pelos músculos. Tipo que importamos sem resistência, apesar das famosas curvas nacionais. Estava configurado o momento ideal para turbinar um novo segmento, a dos alimentos light e diet, dos complementos alimentares e das intermináveis e cada vez mais criativas propostas de dietas. A geração saúde se estabeleceu com uma nova moral ditada pelo corpo e não por utopias. Ser magro e parecer jovem tornaram-se uma obsessão. Em 1986, o Brasil já tinha 15 mil templos de malhação. A década de 90 consagrou a era das superacademias, oferecendo as variadas formas de exercícios do corpo possíveis. Não pertencer a esse exército é ter passado pelo século XX sem sofrer uma de suas maiores provações.