Bastam histórias remotas, incrustadas na tradição oral do povo sofrido, para que a crença no padre seja inquestionável. O primeiro milagre que realizou teria sido em 1889, em Juazeiro do Norte (CE), quando ofereceu uma hóstia à lavadeira Maria de Araújo e o povo disse que viu a moça jorrar sangue da boca. O clero cearense não acreditou e proibiu o padre de rezar missas até o fim da vida. Mas fez vistas grossas quanto ao poder e influência do Padim, que mandava e desmandava na política local, flertava com coronéis e continuava dando sermões e "curando" gente em casa. Foi prefeito durante 12 anos em Juazeiro, onde até hoje a população se veste de preto no dia 20 de cada mês para lembrar a morte do padre, em 20 de julho de 1934. Há mais de 100 anos as histórias de seus milagres passam de pai para filho, perpetuando a crença no homem que, mesmo relegado pela Igreja, tem um rebanho maior do que muito santo. De todo o País, milhares de caravanas chegam a Juazeiro para pedir um milagre, agradecer uma graça ou, simplesmente, ver a estátua do Padim, que impera no cenário agreste de calor, lamentos e fé.