Chegou até a frequentar o Liceu de Artes e Ofícios com intuito de se tornar um artista plástico. Mas não teve jeito. Seu pai, o ex-boxeador Aristides "Kid" Jofre, e a família de pugilistas deram o recado direitinho. "Com toda a calma do mundo me convenceram a ser lutador", disse Éder Jofre. A casa onde morava quando pequeno, em São Paulo, era também a academia da família. Éder Jofre, hoje com 63 anos, engatinhava ao redor do ringue, lugar onde logo em seguida aprendeu a andar. Estreou no boxe amador em 1953 como peso-mosca. Participou das Olimpíadas de Melbourne, em 1956, e foi derrotado nas quartas-de-final. Durante toda a sua carreira, Jofre disputou 81 lutas. Ganhou 77, sendo 58 por nocaute. É o maior pugilista brasileiro de todos os tempos, um verdadeiro "Galo de Ouro" – apelido que recebeu numa alusão à categoria que o consagrou. Em 1960, ao derrotar por nocaute o mexicano Eloy Sánchez, o brasileiro alcançou uma das maiores glórias de sua carreira: o título mundial. Sete anos mais tarde, depois de perder a segunda luta para o japonês Massahiko "Fighting" Harada, em Tóquio, Jofre abandonou os ringues. "O boxe já não era o mesmo para mim", revelou algum tempo depois. Surpreendentemente, retornou ao esporte em 1969, aos 32 anos, e, em 1973, realizou a façanha de obter um novo título mundial. Só que desta vez na categoria peso-pena.