Joaquim Temístocles Freire não só assentiu como disse que o acompanharia antes de pregar-lhe um beijo na fronte.

“Ali ele foi um pedagogo e democrata”, disse Freire ao contar a história, muitos anos depois, que seria um legado e um prenúncio do que o próprio professor se tornaria depois de adulto.

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“Ele me deu uma lição de que, se você respeita o outro, é preciso aprender a conviver com a diferença.” Advogado por formação, Paulo Freire mal chegou a exercer a profissão, atendendo o chamado da educação. Ele escreveu mais de 50 livros e revolucionou a cartilha da sala de aula com a Pedagogia do oprimido, sua obra mais famosa.

As lições do mestre davam conta de que o aprendizado tinha de versar sobre a realidade do aluno. “Não há evasão escolar.

A palavra evasão é puramente ideológica. As crianças são expulsas da escola pelo descaso dos governos, pelo despreparo dos professores e pela ideologia elitista das escolas.”

Freire morreu em 1997, aos 75 anos, de um infarto agudo do miocárdio, em São Paulo, onde morava desde 1979, quando voltou de um exílio de 15 anos imposto pela ditadura.