Que castiga mais da metade do Nordeste. Que deixa uma dezena de leitos de rio secos. Que dizima muitos por cento do rebanho bovino. Que torra plantações e impede qualquer outra nova de existir. Que provoca uma fome perversa, de "ver coisas". Que faz milhares de pessoas sentirem sede. Que mata crianças num ritmo muito perto da africana Somália. Que acaba com a dignidade do ser humano. Que poderia ser amenizada com as águas das cacimbas, mas elas estão cada vez mais fundas, distantes e sem a água. Que seria solucionada se as centenas de projetos de irrigação não estivessem parados, e outros tantos saíssem do papel com a chegada da verba desviada. Que só Deus, o tempo e a chuva a resolveriam. Que é uma fonte secular de negócios privados com o dinheiro público, sem riscos e com alta rentabilidade para os donos dessa indústria secular. Que só é lembrada em tempo de eleição. Que assim que voltar a chover ela será mais uma vez esquecida.