No Brasil ideologicamente dividido de 1989, a primeira eleição direta para presidente marcaria uma ruptura. De um lado, Lula e uma aliança de partidos de esquerda. Do outro, Fernando Collor de Mello. Ele ganhou e o País assistiu à tomada do poder pela "República das Alagoas". Mais do que um estilo de governo, onde imperava PC Farias, os anos Collor marcaram um comportamento: gravatas Hèrmes, canetas MontBlanc, inscrições em camisetas para o cooper dominical, "Indiana Collor", o presidente atleta. Mas, no meio do caminho para um reinado de 20 anos, tinha uma motorista. Quando Eriberto França deu uma entrevista a ISTOÉ mostrando como operava o esquema PC, os caras-pintadas tomaram as ruas do País, a CPI mudou de rumo e o presidente foi para casa, no final de 1992. Mas a memória do governo Collor não será marcada apenas pelo impeachment que não houve, já que a renúncia chegou primeiro. Quem há de esquecer do confisco de US$ 80 bilhões e da jovem czarina Zélia Cardoso de Mello? Do ministro Magri? Do início do processo de abertura econômica e da privatização, da crítica às "carroças" que dominavam nossas ruas? Isso sem falar em PC que, ao ser assassinado, em 1996, passou a ser mais um fantasma.