Vargas fizera Prestes passar pelos piores momentos de sua vida. Manteve o líder comunista trancafiado na prisão por dez anos depois de sua participação no levante comunista de 1935 e deportou sua mulher, a judia Olga Benário, para a Alemanha nazista. O surpreendente apoio ao presidente tinha uma só explicação: para ele, as decisões do partido eram mais importantes que qualquer mágoa pessoal. Àquela altura, Prestes já era conhecido como o líder revolucionário de maior relevância na América Latina. À frente da marcha que levava seu nome, a Coluna Prestes, comandou centenas de homens durante três anos, de 1924 a 1927, percorrendo mais de 25 mil quilômetros pelos confins do Brasil. Mais da metade de sua vida Prestes passou preso, na clandestinidade ou no exílio. Aos 91 anos, refutava sempre que o chamavam de socialista: "Sou um comunista revolucionário, por favor."