Contra tudo e contra todos, Dilma venceu. Na quarta-feira 23, quando anunciou a redução de 18% na conta de luz das famílias e de até 32% para as indústrias, ela conseguiu algo que, há alguns anos, pareceria inimaginável: reduzir preços, de um dos setores mais importantes da economia, agindo dentro das regras de mercado.

Sim, é importante que se enfatize este ponto: dentro das regras de mercado. Por mais que se acuse o governo federal de intervencionismo, o fato é que, na guerra do setor elétrico, quem não quis renovar suas concessões antecipadamente, oferecendo descontos nas tarifas, não o fez. Foi o caso, por exemplo, das empresas de São Paulo, Minas e Paraná.

Antes que o plano entrasse em vigor, o Brasil viveu uma espécie de terrorismo elétrico. Primeiro, falou-se no risco de um apagão iminente. Depois, de uma onda de “apaguinhos”. Mais recentemente, previu-se que os apagões só virão em 2014, ano de Copa do Mundo. Ou seja: o desastre anunciado foi adiado. Agora, não há uma única voz responsável admitindo a hipótese de colapso do setor energético.

O Brasil dispõe das térmicas, que funcionam como um seguro quando os reservatórios estão vazios, e as chuvas de verão, aos poucos, repõem a normalidade. Além disso, várias usinas entrarão em operação nos próximos anos.

Dilma ganhou a queda de braço e obteve, com a redução das tarifas de luz, sua maior vitória em dois anos de mandato. Não por acaso, a mudança também aclarou o quadro político. Se havia indefinição sobre a candidatura de Dilma ou Lula pelo PT, o caminho natural hoje parece apontar para ela, que também enviou um recado direto à oposição, a quem chamou de turma “do contra”.

Aliás, em vez de nadar contra a correnteza, os oposicionistas deveriam se somar ao esforço pela redução do Custo Brasil.

Os empresários são a favor, a população apoia e quem for incapaz de abrir os olhos a essa realidade ficará para trás. Exatamente como disse Dilma.