000_Was7206967.jpg

Empossado oficialmente no domingo em uma curta cerimônia privada, o 44º presidente americano, Barack Obama, celebrou nesta segunda-feira o início de seu mandato com um novo juramento diante de milhares de pessoas em Washington.

Obama, de 51 anos, pronunciou o juramento em frente ao Capitólio, diante da longa esplanada do Mall, onde observadores calculam que 600 mil pessoas se reuniram.

É um número consideravelmente menor que os 1,8 milhão que quiseram celebrar há quatro anos a chegada à Casa Branca do primeiro presidente negro.

O juramento foi pronunciado às 12h00 locais (15h00 de Brasília) diante do juiz que preside a Suprema Corte, John Roberts, e ao lado de sua esposa Michelle, segurando as Bíblias que escolheu para a ocasião, uma pertencente ao presidente Abraham Lincoln e a outra do líder dos direitos civis negros Martin Luther King Jr.

Obama repetiu as palavras que pronunciou na Casa Branca no domingo, como exige a Constituição, que estipula que a presidência deve ter início ao meio-dia de 20 de janeiro após as eleições.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Todas as vezes que este dia cai em um domingo, a tradição manda que o juramento seja feito no dia seguinte perante o povo americano.
Posteriormente.

Há quatro anos, agradeceu aos americanos que escolheram "a esperança, e não o medo".

Embora o pior da crise econômica tenha sido superado e o presidente democrata tenha encerrado uma guerra, a do Iraque, o tom foi mais sóbrio desta vez, já que a ilusão foi substituída pelo realismo e pela pressão constante de um Congresso parcialmente nas mãos da oposição.

Em seu discurso, Obama pediu a união dos Estados Unidos como uma única nação para superar os obstáculos em áreas como a economia, a educação e a infraestrutura.

"Agora mais do que nunca devemos fazer estas coisas juntos, como uma única nação e um único povo", afirmou, nas escadarias do Capitólio.

"Essa geração de americanos vem sendo testada por crises que têm exigido nossas decisões e provado nossa resiliência", discursou Obama após prestar o juramento em frente à multidão em Washington.

"Nós sempre compreendemos que, quando os tempos mudam, também nós precisamos fazê-lo. (..) Mais do que nunca, precisamos fazer essas coisas como nação e como um povo. (…) Nós somos feitos para este momento."

Obama assume o segundo mandato no desafio de completar e avançar nas promessas de transformar os Estados Unidos em um país mais igualitário e adaptado ao mundo do século XXI. "Nós temos que tomar as difíceis decisões para reduzir o custo dos programas de saúde e de reduzir nosso déficit", falou brevemente sobre os duelos travados com os republicanos no Congresso. "Nós, o povo, ainda acreditamos que  nossas obrigações como americanos não se referem somente a nós mesmos, mas a toda posteridade", afirmou, referindo-se aos desafios do aquecimento global.

O democrata, que havia mantido um discurso conciliador durante a campanha, voltou a implicitamente convocar a ala republicana a trabalhar em conjunto. "O progresso não nos força a manter debates centenários sobre o papel do governo por toda a eternidade – mas exige que ajamos em nosso tempo", disse, em referência às críticas ao que os republicanos consideram uma política intervencionista e de ameaça à liberdade individual.

"As decisões recaem sobre nós, e não podemos nos dar ao luxo do adiamento. Não podemos confundir absolutismo por princípio, ou substituir espetáculo por política, ou tratar o mero xingamento de debate. Nós precisamos agir, sabendo que nosso trabalho será imperfeito. Nós precisamos agir, sabendo que as nossas vitórias de hoje serão meramente parciais", defendeu o democrata.

No plano internacional, a morte de reféns, entre os quais havia americanos, após um sequestro em um campo de exploração de gás na Argélia também ofuscou o início deste segundo mandato.


Obama e sua esposa Michelle almoçam no Capitólio após a cerimônia, com centenas de convidados, para depois se dirigirem à avenida Pensilvânia e liderarem um desfile até o número 1.600, o endereço da Casa Branca. Ali presenciarão a passagem das bandas militares e de escolas de todo o país.

O dia, que começou com uma missa, terminará com dois bailes de posse, animados, entre outros, por Katy Perry, Stevie Wonder e pelo grupo mexicano Maná.

Obama já anunciou duas claras prioridades para este novo mandato político: uma complexa reforma migratória integral e uma difícil iniciativa para endurecer a venda de armas.

Mas, antes de conquistar estas mudanças, Obama já tem outra disputa com os republicanos: o fechamento da negociação de um novo teto para a dívida pública.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias