Foram seis incidentes em apenas dez dias, não dava mais para engenheiros e técnicos deixarem perguntas e dúvidas no ar – muito menos pessoas. Era hora de colocar no chão o Boeing-787 Dreamliner. Foi essa a decisão tomada na quarta-feira 16 pela Federal Aviation Administration, órgão que controla a aviação nos EUA: por tempo indeterminado e em todo o mundo, até que sejam solucionados os defeitos envolvendo as suas baterias especiais de íons de lítio, os gigantes Boeing-787 não decolam mais. Além de incêndios nessas baterias – todos eles causadores de pânico, mas felizmente não de vítimas nem de episódios que passassem de pousos de emergência –, esse modelo apresentado em 2011 como a aeronave comercial mais avançada do mundo também já acumulou contra si rachaduras na janela do piloto e vazamento de combustível. Cada Boeing-787 custa cerca de US$ 200 milhões e há encomenda de 800 unidades em todo o planeta. A empresa chilena LAN era a única a operar com esse avião na América do Sul.