Ai Weiwei – Interlacing/ Museu da Imagem e do Som, SP/ de 7/2 a 14/4

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REGISTRO
A série "Earthquake", de 2008, documenta um forte terremoto na China

Ai Weiwei não é só considerado um dos mais importantes artistas conceituais da contemporaneidade – terceiro na lista das 100 personalidades mais influentes do mundo das artes em 2012, segundo a revista “Art Review”. Ele é fotógrafo, arquiteto, escultor, tuiteiro, blogueiro, criador de redes, crítico social e cultural e, sobretudo, um arguto fomentador de opinião pública. Um artista que faz, praticamente sozinho, o papel de oposição ao governo da China.

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SONHO
"Contos de Fadas" mostra a ida de 1001 chineses à Documenta de Kassel

Embora Ai Weiwei tenha se destacado em 2003, na China, ao conceber o Ninho de Pássaro, o estádio olímpico da Olimpíada de Pequim, com a dupla Herzog & De Meuron, os conteúdos “politicamente sensíveis” de suas fotografias publicadas diariamente – entre 2005 e 2009 – em seu blog elevaram-no à posição de persona non grata. Nesse canal de comunicação, Ai Weiwei divulgava fotografias de sua vida cotidiana, de viagens e da realidade urbana de restrições vivida pela sociedade chinesa. O resultado foi a interdição do blog e a detenção em 3 de abril de 2011 pelas autoridades chinesas. Solto em 22 de junho do mesmo ano após grande mobilização da comunidade artística mundial, Ai Weiwei está até hoje em prisão domiciliar, impedido de deixar o país. Hoje ele se comunica com o mundo via Twitter.

O artista chega, portanto, ao Brasil por meio de cinco séries de fotografias e vídeos que integram a exposição “Ai Weiwei – Interlacing”, coproduzida pelo Fotomuseum Winterthur e o museu Jeu de Paume, de Paris. Essa não é apenas a primeira individual de Ai Weiwei no Brasil, mas a maior mostra de suas fotografias e vídeos já montada em todo o mundo. Esteve em cartaz no Jeu de Paume até abril de 2012.

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LIBERDADE
"New York Photographs" traz imagens das viagens de Weiwei aos EUA

O título da exposição se refere à capacidade aglutinadora e mobilizadora desse artista de 55 anos. A mostra apresenta fotos de buscas de vítimas do terremoto na província central chinesa de Sichuan, em 2008 (notícias que foram abafadas pelo governo), da destruição do seu ateliê em Xangai pelas autoridades, além de séries artísticas, como “Fairy Tale Portraits”, apresentada na Documenta 12, em 2007, e fotografias proibidas tiradas com a câmera do celular, publicadas originalmente no blog do artista.

Fotos: Ai Weiwei


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