Provavelmente nem Sigmund Freud, o pai da psicanálise, conseguiria explicar as intrigantes personalidades do ditador iraquiano Saddam Hussein e do presidente americano George W. Bush, os protagonistas da segunda guerra do Iraque. As trajetórias desses líderes são retratadas em dois documentários distintos da coleção Os Homens da Guerra, contadas em detalhes nos vídeos oferecidos por R$ 8,40 cada um na compra de um exemplar da revista ISTOÉ. Sem o consentimento das Nações Unidas e contrariando grande parte da opinião pública mundial, Bush foi à guerra.
A coalizão anglo-americana derrubou quase 24 anos de um dos mais cruéis regimes do Oriente Médio e mudou a trajetória da história. Nesta semana, o primeiro filme conta a vida do “açougueiro de Bagdá”, epíteto dado a Saddam Hussein por causa das inúmeras mortes pelas quais ele
foi responsável. Na próxima semana, será a vez da biografia de George
W. Bush. Ambos têm produção da CBS News e levam a marca do
canal a cabo A&E Mundo.

Para ajudar a desvendar a trajetória do ditador sanguinário, são mostrados fatos importantes em sua infância e adolescência. A mãe de Saddam estava grávida dele quando seu pai morreu. O documentário revela que ela não queria que o filho nascesse. Saddam, em árabe aquele que confronta, foi criado pelo tio militar que possivelmente o teria influenciado em seus métodos de coerção. Saddam ficou conhecido por utilizar-se da violência como sua grande arma, primeiro para chegar e depois para manter-se no poder. O documentário também reflete o pesado embargo econômico sofrido pelo Iraque depois da derrota frente à força liderada pelos EUA na primeira guerra do Golfo, em 1991, e que agravou ainda mais a situação socioeconômica dos iraquianos. Com imagens raras, Os Homens da Guerra também retrata fatos relevantes da política iraquiana, como a guerra de oito anos (1980-88) com o Irã e o momento em que Saddam ascende ao poder.

O documentário é costurado por comentários de historiadores, analistas políticos e jornalistas que analisam a era Saddam. Os depoimentos que mais enriquecem a biografia do ditador são os das pessoas que tiveram contato direto com ele. Entre elas, um vizinho de infância que conta
as agruras do travesso menino Saddam e a de um ex-oficial do partido Baath (o mesmo do ditador iraquiano), que relata detalhes das trapaças sujas, como assassinatos, repressões, intimidações na escalada política dele até a presidência. Em um dos depoimentos, por exemplo, é contada uma história impressionante. O ex-mandatário iraquiano teria cometido seu primeiro assassinato aos dez anos de idade. Em um outro episódio histórico, Saddam Hussein aparece na célebre reunião do partido Baath, quando é lida vagarosamente a lista dos dirigentes que tentaram depô-
lo. Um a um eles foram deixando o auditório sabendo que o destino
certo seria a morte.