No mundo arrogante dos americanos, o guitarrista Dewey Finn (Jack Black) é definido como um perdedor. Não tem dinheiro para pagar o aluguel e, na luta por sua grande paixão, a música, acaba sendo demitido da sua banda de rock. Os integrantes dizem não mais aguentar seus solos de 20 minutos e também se sentem constrangidos quando ele insiste em fazer mergulhos do palco sobre a platéia, sem que essa o ampare como normalmente acontece com os vocalistas de sucesso. Arrasado, Finn decide se passar pelo amigo Ned Schneebly (Mike White) e vai dar aulas num tradicional colégio da cidade. Inicia, assim, uma saga que vai mudar os rumos dos alunos e da sua própria vida na comédia Escola do rock (The school of rock, Estados Unidos/Alemanha, 2003), de Richard Linklater, que tem estréia nacional na sexta-feira 13.

Grande parte do charme do filme – que começa arrastado e, aos poucos, vai erguendo uma história saborosa ao brincar com os clichês do rock – deve-se à atuação de Jack Black. Lembrado como o balconista da loja de discos de John Cusack em

Alta fidelidade

, Black é daqueles atores cuja vida se confunde com o papel. Fora das telas, ele é um roqueiro empedernido, toca guitarra e dá a impressão de ser um anti-herói como Finn. Para este, matemática, história e línguas não passam de bobagens. O que ele quer é falar de rock’n’roll. Descobre, então, que boa parte dos alunos sabe tocar um instrumento. É quando, habilmente, planeja montar uma banda com a garotada subvertendo todos os conceitos escolares. Sem dúvida, uma atitude rocker.