Malan, os monetaristas do Real e Aécio

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O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, integrante da chamada ala monetarista do governo FHC, assumiu a linha de frente da campanha de Aécio Neves à Presidência da República em 2014. A pedido de Aécio, Malan deverá apresentar em dois meses o já propalado estudo com propostas para a retomada do crescimento do País. O ex-ministro conta com a ajuda do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e do economista Edmar Bacha. O receituário do trio do Plano Real reza na cartilha liberal e estabelece, entre outras propostas, cortes de gastos públicos ou “aprimoramento do gasto”, como preferem chamar, mas sem perder de vista os investimentos no social.

A meta é 6%

O objetivo do estudo é mostrar que voltar a crescer é possível e com índices que beiram os 6% ao ano. Desde o final de dezembro, o senador tucano Aécio Neves tem conversado frequentemente com Malan. O conjunto de propostas será usado por Aécio para contrapor Dilma Rousseff em seu périplo pelo País.

De Paracatu a Miami

O presidente do STF, Joaquim Barbosa, está atrás de um imóvel para comprar em Miami, nos Estados Unidos. O ministro já conversou com corretores locais e espera arrematar a casa em breve. Os valores de um imóvel em Miami variam entre R$ 600 mil e R$ 100 milhões.

Carta de despejo

Desde outubro de 2012 a Câmara tenta reaver o apartamento funcional ocupado por João Caldas (PEN-AL). No vai e vem do exercício da suplência, ele continuou com o imóvel e está na lista dos inquilinos ameaçados de despejo.

Charge

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Aperto dos cintos

Para Malan, Fraga e Bacha o corte nos gastos públicos é uma importante variável de ajuste, capaz de manter o atual equilíbrio macroeconômico e criar condições para reduzir os juros e desvalorizar o real, o que resultaria em aceleração da economia e formação de um círculo virtuoso de crescimento.

Está para peixe

O ministro Marcelo Crivella, do Ministério da Pesca, transformou sua pasta em uma das preferidas dos deputados e senadores na aplicação dos recursos de emendas individuais e de bancada. No orçamento de 2012, a Pesca havia recebido R$ 101 milhões em emendas. Em 2013, saltou para R$ 995 milhões. Os parlamentares estão confiantes na promessa do bispo de destravar a execução dos projetos.

Tour milionário

A Câmara dos Deputados vai começar o ano gastando R$ 5 milhões a mais de seu orçamento. O dinheiro será desembolsado para a contratação de 57 recepcionistas do programa “Visite o Congresso”. Repetindo a prática dos parlamentares de contratar moças bonitas para conseguir assinaturas de apoio aos seus projetos de lei, a Câmara deu preferência para o gênero feminino. Do total, 76% dos novos recepcionistas serão mulheres.

A conta do cacique

Após ter trabalhado para afastar as chuvas do Rio de Janeiro durante a noite do Réveillon, a Fundação Cacique Cobra Coral apresentou-se para tentar dissipar a frente fria responsável pelas enchentes e deslizamentos ocorridos na última semana em cidades da região metropolitana. Como contrapartida, encaminhou ao governador Sérgio Cabral um duro pedido. Em ofício, o Cacique Cobra Coral pede que seja acionado um “remédio jurídico” a fim de que o MP peça a prisão preventiva dos ex-prefeitos responsáveis pela tragédia anunciada em Caxias e que “poderia ser minimizada”, não fosse o descaso daqueles que, não reeleitos, deixaram uma “armadilha em forma de lixo” para atingir a população.

Feliz 2013

No apagar das luzes de 2012, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, chamou os líderes de partidos para um bate-papo. A intenção era tranquilizá-los quanto à liberação de emendas. Ela explicou que, dos R$ 15 milhões destinados no orçamento para as emendas parlamentares, R$ 9 milhões serão empenhados para os deputados e R$ 11 milhões para os senadores.

Toma lá dá cá

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Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara

ISTOÉ – O sr. deixa a presidência no próximo mês. O que não deu tempo de ser votado?
Maia –
O fim do fator previdenciário. Fizemos esforço grande, mas não houve acordo. Gostaria de ter colocado em pauta. Mas agora deixo a missão para o sucessor.

ISTOÉ – Qual a principal dificuldade para comandar as sessões?
Maia –
As normas regimentais. Acho que o processo legislativo caminharia de forma mais eficiente se não houvesse tanta possibilidade para as minorias interferirem nas votações.

ISTOÉ – Durante os últimos dois anos, a Câmara enfrentou o Planalto e pautou temas contra a vontade do governo. O sr. acha que desagradou?
Maia –
Não acho. Aliás, mantenho um bom relacionamento com o governo. Nunca acreditei que a presidenta se irritasse com atitudes independentes do Congresso.

Rápidas

* Enquanto o Congresso está em recesso, um grupo de técnicos da Câmara prepara uma lista de editais de licitações para apresentar ao próximo presidente em fevereiro. A ordem da Mesa Diretora foi adiar novos gastos para evitar desgastes no fim do mandato.

* Proposta de emenda à Constituição, que trata do controle da investigação criminal, promete alimentar muito bate-boca entre policiais e procuradores. A PEC assegura às polícias exclusividade nas investigações criminais.

* A filha de Lula, Lurian Silva, alfinetou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), um dos principais críticos de seu pai, pelo Twitter. “A questão vai além da pensão alimentícia! Que patrimônio é esse de R$ 16 milhões?”, questionou.

* O tamanho do quinhão do PR na reforma ministerial, ainda sem data definida, estará associado à capacidade dos integrantes do partido de evitar a ascensão de Anthony Garotinho a líder da legenda na Câmara.

Retrato falado

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Terceira colocada na última corrida presidencial em 2010 com 19,6 milhões de votos, Marina Silva deve, enfim, oficializar a criação de um novo partido até o próximo mês. A legenda da sustentabilidade, como ela deve ser batizada, abrigará a ex-integrante do PV e aliados que desejam vê-la novamente como candidata ao Planalto. Marina, no entanto, prefere não relacionar o lançamento do partido a uma possível nova candidatura à Presidência.

Presente de grego

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A ex-senadora Heloísa Helena (PSol) continua tirando o sono dos políticos. Vereadora mais votada de Maceió, ela mandou uma coroa de flores com frases fúnebres ao ex-prefeito Cícero Almeida (PTB), divulgando o resultado das eleições. Almeida não conseguiu fazer o sucessor e deixou a prefeitura para o adversário Rui Palmeira (PSDB).

Corra, Bittencourt. Corra

A presidenta Dilma Rousseff confidenciou a auxiliares que, por ora, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, permanece no cargo. Mas ele terá de dar uma resposta rápida aos apagões nos aeroportos do Rio, Santos Dumont e Galeão. Por resposta rápida entende-se um plano eficiente para evitar novos transtornos. Bittencourt tem pressa. Afinal, não se fala em outra coisa, em Brasília, que não seja a reforma ministerial.

Fotos: Marcio Fernandes/AE; Adriano Machado; Frederic Jean/Ag. istoé; FELIPE BARRA. ilustração: daniel Rosini
Colaboraram Izabelle Torres e Josie Jeronimo