O empresário Abílio Diniz, dono do Grupo Pão de Açúcar, comemorou duas grandes vitórias no domingo, 30. A primeira foi logo cedo, com a conquista do penta pela Seleção Brasileira no Japão. Mas o melhor estava reservado para o final da tarde, quando assinou o contrato de compra das 60 lojas do Sé Supermercados, do grupo português Jerónimo Martins. O negócio, avaliado em R$ 375 milhões, colocou o grupo dos Diniz bem à frente na histórica briga com o rival Carrefour. “Estou arrepiado com a conquista do penta e orgulhoso por ter batido todos os nossos concorrentes de fora”, disse o empresário, referindo-se aos grupos estrangeiros que disputaram o negócio – o holandês Royal Ahold (Bompreço), o mexicano Tesco e o francês Carrefour. Com a compra do Sé e a recente reintegração das 12 lojas da rede pernambucana Comprebem, o Pão de Açúcar isolou-se na liderança do setor, superando os 15% de participação. Com a compra do Sé, segundo a Abras, a associação que reúne as empresas do setor, as cinco maiores redes serão responsáveis por mais de 40% de todas as vendas realizadas em supermercados no País.

Mais do que aumentar sua fatia em um setor muito competitivo, que faturou R$ 72,5 bilhões no ano passado, o Pão de Açúcar praticamente fechou o mercado paulista aos concorrentes. O Sé era a última grande rede ainda à venda. E o melhor: com o nervosismo do mercado financeiro, o valor da compra acabou ficando abaixo do estimado pelos analistas. Em dinheiro, o Pão de Açúcar irá desembolsar R$ 250 milhões do total de
R$ 375 milhões. O restante, resultado das dívidas assumidas, será pago a médio e longo prazos. Pelos cálculos dos analistas, a distância entre as duas companhias que brigam pela liderança pode chegar a 20% em termos de faturamento.