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O presidente venezuelano Hugo Chávez é mantido em coma induzido no hospital de Havana (Cuba), onde foi internado para a quarta cirurgia de remoção de um tumor na região pélvica, informou nesta quarta-feira (2) o jornal espanhol ABC.

De acordo com o veículo, Chávez tem sinais vitais "muito debilitados" e uma desconexão dos aparelhos, que provavelmente levaria à morte, já foi considerada e pode ocorrer a qualquer momento.

As autoridades venezuelanas asseguram que o presidente tem quadro estável, mas, de acordo com o jornal espanhol, parecem estar apenas preparando o país para a notícia da morte do líder bolivariano.

Chávez é tratado por médicos cubanos e russos em Havana. O vice-presidente venzuelano, Nicolás Maduro, viajou para a ilha caribenha para acompanhar a internação. Por conta da difícil situação, a festa de Ano-Novo de Caracas foi cancelada na última segunda-feira.

Incertezas podem levar à mudança da data da posse

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Caso Chávez, reeleito no ano passado, não possa assumir o poder, deve haver nova eleição para a Presidência da República do país. Interinamente o poder deve ficar sob o comando do presidente da Assembleia Nacional (Parlamento) Venezuelana, Diosdato Cabello. As eleições devem ocorrer em um prazo de até 30 dias.

No entanto, aumenta no país a pressão de setores que apoiam Chávez para adiar a data da posse e marcá-la para o momento em que o presidente esteja plenamente recuperado. A controvérsia ainda não foi solucionada. Mas até o principal nome da oposição, Henrique Capriles, disse ser favorável à mudança da data da posse.

Para especialistas, se houver nova eleição na Venezuela, o processo será polarizado entre o candidato governista – o atual vice-presidente e o presidente interino, Nicolás Maduro – e Capriles, que em outubro perdeu as eleições para Chávez, mas venceu a disputa para governar o estado de Miranda, o mais populoso e rico da Venezuela. No país, o vice-presidente é indicado pelo presidente.

As incertezas sobre o estado de saúde de Chávez, operado no mês passado em Cuba para a retirada de um tumor maligno na região pélvica, aumentaram nos últimos dias. Não há dados sobre o retorno do presidente venezuelano ao poder.

A seguir, veja os principais nomes da política venezuelana:

Diosdato Cabello
É o presidente da Assembleia Nacional (Parlamento) da Venezuela e leal aliado do grupo de Chávez. Foi o primeiro a defender a mudança na data da posse para que o presidente tenha condições de assumir o poder. Em entrevistas, costuma elogiar e destacar o papel de Chávez na história política e diz que ele é um exemplo a ser seguido

Nicolás Maduro
É o atual presidente interino do país, mas ocupa também os cargos de vice-presidente e ministro das Relações Exteriores da Venezuela. Líder sindical, ele conquistou o lugar de número 2 no país nos últimos seis anos. Budista, Maduro é elogiado por diplomatas estrangeiros por sua habilidade política e de articulação.

Henrique Capriles
É o governador de Miranda, estado mais populoso e rico da Venezuela. Ele disputou, em outubro, as eleições com Chávez e perdeu, mas se transformou no principal nome da oposição do país. Apesar de ser um crítico constante do governo, ele foi favorável à mudança da data da posse para que Chávez assuma o poder.

Rafael Ramírez 
É o ministro do Petróleo e de Minas da Venezuela, apontado como o terceiro nome na política local, depois de Chávez e Maduro. No mês passado, quando houve a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul em que a Venezuela foi o alvo das atenções, Ramírez representou o país em nome de Chávez que estava em tratamento médico em Cuba.


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