São seis bares, um palco para espetáculos, duas pistas de dança, uma microcervejaria, um sushi-bar, uma pizzaria, um café, um piano-bar, uma cachaçaria, uma sorveteria, lojas, cascata e até uma roda d’água e uma caldeira centenária para lembrar seu passado fabril. A antiga Usina de Açúcar Pérola, em Campinas, passou por um minucioso processo cirúrgico e promete abrir suas portas ao público em agosto, depois de consumir US$ 6 milhões em investimentos. Suas três chaminés continuam firmes, agora com nova função. Uma recebeu um forno de pizzas. Outra virou entrada VIP e a terceira foi equipada com um lança-chamas cenográfico. Para os quatro investidores portugueses sócios da construtora AJM, a noite de Campinas, a 100 quilômetros da capital paulista, nunca mais será a mesma após a inauguração em agosto. “Já estamos fazendo alguns eventos para convidados. Com 5.700 metros quadrados de área construída, a Usina Royal é o maior empreendimento noturno do País e a primeira a reunir tantas opções”, garante o diretor executivo do grupo, Antônio Carlos de Souza Macedo. “Ficamos alguns anos para resolver o que fazer no prédio. Optamos por uma microcervejaria, mas logo percebemos que o espaço era grande demais”, conta.

Sede da Unicamp, uma das maiores universidades públicas brasileiras, Campinas recebe estudantes do Brasil inteiro, público em potencial para a Usina Royal. Mas a aposta dos proprietários não restringe faixa etária nem horário. “O lugar oferece opções para quem quer fazer um happy hour às seis da tarde, assistir a um show às nove, jantar às 11 e esticar nas pistas de dança até de madrugada”, sugere Macedo. Além de mais de duas mil vagas em estacionamento com manobrista, a casa pretende disponibilizar serviço de vans para transportar clientes de São Paulo. A idéia é cobrar um ingresso único, com direito a percorrer todos os ambientes da casa.

O ponto alto continua sendo a cerveja. “Vamos trabalhar com três tipos: uma pilsen, uma escura e uma ale, o tipo avermelhado consumido na Europa. Mas queremos promover eventos especiais em que serão servidos até 15 tipos diferentes, inclusive uma cerveja de trigo que já deve estar pronta em julho”, conta o mestre cervejeiro Reynaldo Fogagnolli, dono da marca Cervejaria Universitária, que começa a ser comercializada na região. Ele é o responsável pelos tonéis da Usina Royal, com capacidade para produzir até 60 mil litros por mês, e sonha com a inauguração de uma oktoberfest campineira ainda este ano. Se tudo correr bem, garrafas com o rótulo da usina podem chegar ao mercado em alguns anos. “Fechamos parceria também com a agência de modelos Elite, que promoverá aqui cursos e desfiles. Seremos uma espécie de filial por onde as garotas do interior devem passar antes de seguir para a capital. Com certeza as mais interessantes serão contratadas para trabalhar aqui mesmo”, adianta a gerente de marketing Izabel Mezencio. Nada mal para quem nasceu para ser apenas uma usina de açúcar.