Ainda Tasso X Serra

O alto tucanato cobrou do governador do Ceará, Tasso Jereissati, presença e discurso na convenção nacional do partido que homologou a candidatura presidencial de seu arquiinimigo José Serra. Derrotado na luta interna do partido, Tasso cedeu. Mais ou menos, porque não abriu mão de sua aliança política no Estado com o candidato do PPS a presidente, Ciro Gomes. Mas enganam-se aqueles que pensam que Serra vai ficar de braços cruzados. No Ceará, o principal desafeto de Tasso é o candidato a governador pelo PMDB, Sérgio Machado. E é com Sérgio Machado que Serra está preparando uma surpresinha para Tasso. “Não tem conversa. Já estamos acertados com o Serra. Ele pode até subir no palanque do Tasso, mas também estará no palanque de Sérgio Machado. Quem tem votos em Fortaleza e nas maiores cidades daqui é o PMDB”, avisa o deputado Eunício Guimarães (CE), um dos membros da cúpula nacional do partido. É coisa para deixar o tucano enjeitado Tasso Jereissati morto de raiva!

De jatos a mísseis

A licitação para compra dos novos caças da Força Aérea que vão substituir os velhos Mirage III corre o risco de se tornar uma licitação para compra de mísseis. O consórcio Embraer Dassault (Mirage 2000-Br) e o Rosoboronexport/Avibrás (Sukhoi Su-35) estavam vencendo a disputa. Mas o praticamente descartado consórcio anglo-sueco Britsh Aerospace/Saab (JAS-39 Gripen) voltou à cena. Explicação insólita: o Grippen pode usar mísseis israelenses. E é exatamente uma empresa israelense, a Elbit, que está fazendo a compatibilização do sistema de mísseis dos caças F-5 usados hoje pela FAB.

Rebelião pefelista

Os deputados pefelistas Rodrigo Maia (RJ), José Carlos Aleluia (BA),
José Carlos Fonseca (ES) e Gilberto Kassabi (SP) estão promovendo
uma rebelião na bancada da Câmara. Decidiram que um deles
concorrerá a líder contra Inocêncio Oliveira, que ocupa o cargo há
pelo menos cinco anos. “É hora de renovação nos quadros do partido”, explica Rodrigo Maia.

Ligações perigosas

Informação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ao Ministério da Justiça: a governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, tem pelo menos 150 motivos para resistir às medidas propostas pelo governo federal para combater a criminalidade nos morros. São os 150 líderes comunitários designados pelo governo petista do Rio para trabalhar nas favelas. Boa parte deles foi chamada exatamente por causa de suas ligações com o verdadeiro comando dessas localidades, e são terminantemente contrários a que a polícia suba o morro.

Rápidas

PPS, PDT e PTB, que apóiam Ciro, só não fecharam aliança nos Estados de seus principais líderes: Rio Grande do Sul (Leonel Brizola), Paraná (José Carlos Martinez) e Pernambuco (Roberto Freire).

Palanque eclético mesmo será o do deputado tucano Aécio Neves como candidato a governador de Minas Gerais. Estará aberto ao petista Lula, ao tucano José Serra e a Ciro Gomes (PPS).

Sinal vermelho no Palácio do Planalto. Ainda não foram aprovadas pelo Congresso as contas de nenhum dos oito anos do governo Fernando Henrique. Ficarão para o próximo mandato.

Quem defendeu na Comissão de Ética o deputado José Aleksandro, suplente do serralheiro Hildebrando Pascoal, foi um novo aliado do PT, o deputado evangélico Bispo Rodrigues (PL-RJ).