Perto do verão, cresce a procura por tratamentos que põem fim às microvarizes – veias dilatadas e avermelhadas que, às vezes, lembram o desenho de uma teia de aranha. Comuns em cinco a cada dez mulheres, os vasinhos surgem mais facilmente na gravidez, em usuárias de anticoncepcionais e hormônios, em quem está acima do peso ou fica muito tempo em pé. Mas, com a chegada da estação quente, todas querem estar com as pernas impecáveis.

E não faltam novidades na área. A cada ano surgem técnicas mais sofisticadas e mais clínicas especializadas no problema. É por isso que a revoada anual em busca de pernas mais bonitas deve ser precedida de uma boa pesquisa. O método mais antigo e até hoje muito usado é o esclerosamento (ou secagem) dos vasinhos com injeções locais de glicose e outras substâncias. Em geral, aplica-se um creme anestésico para aliviar a dor das picadas. Menos comum, há um aparelho italiano de corrente elétrica que seca os vasinhos com choques leves.

Os maiores avanços, porém, têm sido nos métodos com laser. Desde o surgimento do Photoderm – uma adaptação do laser denominada luz pulsada –, vieram muitos outros. O mais recente é Cryo-laser, que dispensa anestesia e não fere a pele. Ele é uma fusão de um equipamento de laser de última geração (Quantum DL), para cauterizar os vasos, com um aparelho de jatos de ar frio que congela a pele a 20 graus negativos, cumprindo papel anestésico. Em geral, são necessárias de uma a três sessões. Normalmente, combinam-se métodos. “As técnicas devem ser indicadas conforme o calibre do vaso e podem ser usadas em conjunto”, afirma a dermatologista Ediléia Bagatin, da Universidade Federal de São Paulo.

Independentemente da sofisticação do método, os bons resultados estão vinculados à perícia do especialista. A professora de dança Celina Caldeira, 37 anos, tem certeza disso. Há quatro anos, ganhou manchinhas brancas por causa de tratamento com laser mal regulado. Posteriormente, teve outra experiência mal-sucedida. Durante uma estadia prolongada em Los Angeles (EUA), ela foi a uma clínica fazer um tratamento simples com injeções. Saiu de lá com as pernas inchadas, hematomas e a recomendação de usar meias elásticas por três semanas em pleno verão. “No Brasil, meu cirurgião vascular tinha cuidados depois da aplicação que me protegiam desses efeitos. Ele cobria cada furinho com um pequeno curativo, o que evitava hematomas e a saída de líquidos. Podia sair da sessão e colocar short para dar aula sem problemas. Agora sei a diferença”, conta Celina. Tarimbada, ela agora só inicia tratamentos para secagem de vasos depois de se submeter a um teste em uma pequena área da pele.

O cirurgião vascular Kasuo Miyake, de São Paulo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Laser, aprova a atitude de Celina. “É um gesto prudente sugerir ao médico um teste na primeira consulta em uma área menor para avaliar os resultados e depois marcar outra sessão para continuar a terapia. O consumidor precisa ter certeza de que está em boas mãos”, afirma o cirurgião.