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MAIS QUATRO ANOS
Barack Obama e o vice, Joe Biden, celebram com suas
famílias a nomeação na Convenção Democrata

Ao longo de 2012, tornou-se um consenso entre os analistas políticos classificar as eleições presidenciais americanas como um referendo da economia. A famosa pergunta do ex-presidente Ronald Reagan – “você está melhor agora do que quatro anos atrás?” – foi repetida à exaustão pelo candidato republicano, Mitt Romney, dono de um bem-sucedido currículo empresarial. Com a recuperação econômica menos dinâmica do que se esperava e uma taxa de desemprego ainda próxima dos 8%, o presidente Barack Obama parecia não ter o mesmo apelo que, em 2008, o transformou no primeiro negro a ocupar a Casa Branca. A campanha democrata, contudo, foi hábil em detectar que a polarização que os Estados Unidos vivem hoje não é só política e econômica, mas principalmente demográfica. Embora Romney tenha conquistado vitórias significativas entre os brancos, os homens e os mais velhos, a supremacia de Obama entre as minorias foi sólida e determinante para a obtenção dos votos nos Estados indecisos, que resultaram na sua reeleição no dia 6 de novembro. Em Nevada e no Colorado, por exemplo, o presidente recebeu sete em cada dez votos dos hispânicos.

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APELO FEMININO
Eleitoras comemoram a vitória de Obama: o presidente
liderou com 11 pontos percentuais entre elas

As minorias, como um todo, cresceram 30% nos EUA na última década, enquanto o número de brancos avançou apenas 1%, segundo o censo de 2010. Além disso, pesquisas indicam que o crescimento das minorias no eleitorado, incluindo os que se declaram sem filiação religiosa, é ainda mais veloz, já que o voto não é obrigatório. A participação dos brancos, em contrapartida, cai de dois a quatro pontos percentuais a cada eleição desde 1992. Num cenário mais liberal, a disputa de 2012 também foi responsável por eleger um número recorde de mulheres para o Senado, entre elas a primeira senadora abertamente gay, e aprovar, em alguns Estados, o casamento homossexual e a legalização da maconha. Obama, como de costume, soube tirar proveito disso em seu discurso após a vitória. “Acredito que podemos cumprir a promessa de nossa fundação: a ideia de que, se você está disposto a trabalhar muito, não importa quem você é, de onde vem, qual é sua aparência ou onde ama”, disse. “Não importa se você é negro ou branco, hispânico, asiático ou indígena americano, jovem, velho, rico ou pobre, saudável, deficiente, gay ou heterossexual.” Em 2012, os americanos de fato se redescobriram – mais diversos e coloridos como nunca.

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Foto: Carolyn Kaster/AP; Brooks Kraft/ Corbis

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