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PARALISADA
Inundação sob a Brooklyn Bridge: a cidade ficou
dias sem luz, sem metrô e sem aviões

Chama-se Sandy o fenômeno meteorológico mais importante de 2012. A supertempestade tocou o território dos Estados Unidos no dia 29 de outubro depois de arrasar Jamaica, Haiti, República Dominicana, Cuba e Bahamas. Deixou um total de 250 mortos e fez o que nenhum outro furacão do século XX conseguiu fazer: parar a cidade de Nova York, que ficou dias sem luz, metrô ou aviões. Mais de 18 mil voos foram cancelados e 370 mil pessoas tiveram de deixar suas casas. Até a Bolsa de Valores, que não fechava suas portas por dois dias consecutivos desde 1888, se rendeu à força das chuvas. A tempestade surpreendeu por seu tamanho – chegou a medir o equivalente a um quinto do território continental americano – e também por sua trajetória. Depois de passar pelo Caribe, em lugar de seguir para o nordeste, como costuma acontecer, Sandy rumou para o interior do país. Em sua rota de destruição estavam os Estados de Nova York, Nova Jersey, Connecticut, Delaware, Maryland, Massachusetts, New Hampshire, Carolina do Norte, Pensilvânia, Rhode Island e Virgínia e 60 milhões de americanos.

Os estragos causados foram da ordem de US$ 80 bilhões apenas em Nova York, Nova Jersey e Connecticut. O presidente Barack Obama, que estava na reta final de sua campanha à reeleição no momento da tempestade, não repetiu os erros de seu antecessor George W. Bush na ocasião do furacão Katrina. Além de comandar todo o processo de desocupação e preparação das cidades atingidas, viajou rapidamente às áreas mais prejudicadas e mobilizou o Congresso para levantar recursos para a reconstrução. Uma presença que foi considerada decisiva para sua vitória sobre o candidato republicano Mitt Romney. Agora, todos os esforços estão voltados para a prevenção de novos desastres. Apenas no Estado de Nova York devem ser investidos mais de US$ 9 bilhões em sistemas de proteção. Especialistas já discutem também a construção de uma barreira móvel nos moldes da que existe na cidade de Londres, na Grã-Bretanha, para mitigar as inundações.