Somam 57 milhões os latino-americanos que encaram a vida com US$ 1 ou menos por dia no bolso, segundo informações do mais recente relatório do Banco Mundial. O dado é de 1999, foi atualizado e tem como base de comparação a pesquisa de 1990, quando essa conta somou 48 milhões. O futuro não é promissor: em 2015, para quando a meta é reduzir a pobreza do continente à metade, 47 milhões de pessoas – o equivalente a 7,5% da população da região – continuarão se equilibrando em US$ 1 por dia.
O mesmo relatório mostra que a quantidade de pessoas que vive na América Latina com US$ 2 subiu no período de 121 milhões (27,6%
da população) para 132 milhões (26%). Em 2015, segundo o estudo, serão 117 milhões (18,9%).

Com os US$ 100 bilhões que Bush gastou para se apossar do Iraque seria possível mudar o retrato da miséria no planeta, onde 1,2 bilhão de pessoas subsiste com menos de US$ 1 por dia, dois milhões de crianças morrem todos os anos por doenças que já são prevenidas com vacinas e pelo menos um bilhão entrou no século XXI sem conseguir ler uma palavra e escrever seu próprio nome. As mulheres são mais prejudicadas do que os homens também na educação: 120 milhões de crianças em idade escolar não estão na escola e desses 120 milhões mais da metade é constituída por meninas.

Segundo o Banco Mundial – órgão de financiamento e empréstimo para governos de países periféricos e/ou em desenvolvimento –, América Latina e Caribe estão à frente de outras regiões pobres do mundo como África e Ásia na redução da mortalidade infantil, na promoção da igualdade entre homens e mulheres e na capacitação da mulher, assim como na melhora da saúde materna. Isso já havia sido discutido em setembro de 2000, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) reafirmou seu comprometimento em direção a um mundo em que o desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobreza seriam as principais prioridades. Na mesma agenda aparece a promoção da igualdade dos sexos e fortalecimento da mulher, a redução da mortalidade infantil, a garantia da sustentabilidade ambiental, a universalização do ensino primário… Por enquanto tudo não passa de miragem.