O presidente do Egito, Mohamed Morsi, começou a semana passada sendo comparado ao ex-ditador do país Hosni Mubarak que ele ajudou a derrubar. E a violência nas ruas do Cairo reforçava essa sensação de déjà vu: de um lado defensores do governo e da Constituição, que deverá ser votada no sábado 15, e, do outro, os movimentos que criticam o texto constitucional e exigem que seu referendo seja adiado. Cinco pessoas morreram e centenas ficaram feridas antes que Morsi se manifestasse e espantasse os fantasmas do passado – até a sexta-feira 7, pelo menos aparentemente, ele estava mais para exorcista do que para demônio. Na quinta-feira 6 discursou sobre “consenso e conciliação”, convocou um debate nacional e garantiu que os decretos assinados por ele – criticados por blindarem suas decisões – servirão para manter a segurança do país até a eleição do novo Parlamento. A oposição rejeitou a proposta e convocou novos protestos.