A próxima encrenca

Não bastassem as confusões na economia, vem aí um novo problemão para o governo. O foco é a Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Com a intervenção na diretoria do banco, o dia-a-dia da instituição está praticamente parado. Os diretores que saíram dizem que há ali uma verdadeira bomba-relógio prestes a estourar. Por exemplo, com o desaquecimento da economia e a crise no mercado financeiro, se não houver agilidade na gestão de um fundo desses, dá para imaginar quantos recursos são perdidos a cada queda na Bolsa, a cada virada do câmbio, etc. Mais. Junho é o mês de reajuste dos pensionistas do BB. A previsão era de que os aposentados tivessem pelo menos o aumento equivalente à variação do IGP-DI. Mas com os prejuízos recentes e sob intervenção, a Previ não tem como dar esse reajuste. Pior. Às vésperas de eleição, com a burocracia do maior banco estatal do País – que administra tantas informações perigosas – pisando nos cascos, imagine a profusão de denúncias que podem surgir.

Onde está a grana?

Desde novembro do ano passado o Tribunal de Contas da União tenta, sem sucesso, solucionar um mistério. Trata-se da grana que a ONU enviou para as Forças Armadas brasileiras entre os anos de 1996 e 2000 por conta da participação do Brasil em missões de paz internacionais. O dinheiro deveria ter sido transferido para o caixa do Tesouro.

“Só quero ficar bem na foto”

Com apoio da cúpula do PMDB, os tucanos conseguiram o voto do ex-senador Jader Barbalho para a candidatura de José Serra na convenção peemedebista. O acordo é o seguinte: ninguém o quer no palanque, mas ele terá ajuda financeira na campanha ao Senado. E os processos da Sudam também andarão mais lentamente.

Sobrou para o Aníbal

Peemedebistas e tucanos discutiam com Fernando Henrique a hipótese de fazer do pefelista Romeu Tuma candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin, em São Paulo, abrindo a vaga de senador para Orestes Quércia. O presidente do PSDB, José Aníbal, lembrou o veto da família Covas a Quércia. FHC não se conteve: “Se for vetar quem brigou com o Mário, não sobra ninguém. Comigo mesmo foram várias brigas.” Mesmo assim, a família de Covas manteve o veto. Agora o PMDB acha que foi o próprio Aníbal, também candidato ao Senado, quem estimulou.

Profecia de Kadafi

Os deputados Freire Junior (PMDB-TO) e Agnelo Queiroz (PCdoB-DF) estiveram com o ditador da Líbia, Muamar Kadafi, às vésperas da última eleição para a Presidência. Os dois ficaram impressionados com os conhecimentos de Kadafi sobre o Brasil. Ao final da conversa, ele virou para os parlamentares: “Digam ao Lula que os Estados Unidos jamais permitirão que ele seja eleito presidente do Brasil.”

Enquanto isso, no ninho de Ciro…

O presidente do PPS, Roberto Freire, identificou o foco de intrigas contra ele no comando da campanha de Ciro. Trata-se do marqueteiro Einhart Jacome, cunhado do candidato. Freire reclama abertamente: “Gostaria que esse Einhart parasse de semear cizânia e cuidasse só da campanha. Eu não disputo poder com ele. Não esse tipo de poder. Minha disputa é só no campo das idéias.”

Rápidas

A direção do PT mandou emissários do PCdoB à cúpula do PSB. Lula acha que uma aliança com o partido de Garotinho e Miguel Arraes garante vitória no primeiro turno.

O presidente do PT, José Dirceu, tem dito aos colegas de partido que já não acredita numa aliança formal com o PL. “Estou insistindo, mas acho que não sai”, disse Dirceu.

Problema fisiológico está sendo causado pelo novo tipo de cafezinho servido no Senado. Segundo funcionários, o café é o culpado pelas longas filas nos banheiros do Senado.