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Três conselheiros do presidente egípcio, Mohamed Mursi, renunciaram em sinal de protesto após a crise que divide o país ganhar contornos mais dramáticos com confrontos diante do palácio presidencial nesta quarta-feira. Segundo a agência oficial Mena, Amr el-Leithi, Seif Abdel Fattah e Ayman al-Sayyad, conselheiros da presidência, apresentaram suas demissões dos cargos.

Nesta quarta, milhares de partidários de Mursi expulsaram os opositores que estavam desde a véspera em frente ao palácio presidencial do Cairo. A polícia de choque precisou intervir para separá-los em meio à confusão. Os partidários do presidente islamita, convocados a se manifestar pela Irmandade Muçulmana, jogaram pedras e obrigaram mais de 100 opositores a abandonar o lugar.

Jornais não são publicados em ato contra Constituição

Os jornais independentes, liberais e opositores egípcios não serão publicados nesta terça-feira em uma paralisação para manifestar a rejeição dos veículos à nova Constituição, ao considerar que restringe a liberdade de expressão. Entre os veículos, está o Al Masry Al-Youm, que, em comunicado divulgado em sua edição digital, afirma que os periódicos em greve rejeitam também a ata constitucional anunciada em 22 de novembro pelo presidente egípcio, Mohammed Mursi, para blindar seus poderes perante a Justiça.

A greve dos periódicos "é o primeiro passo de uma série de medidas para proteger a liberdade da imprensa", acrescenta a nota. Outros títulos que não saíram hoje são Al Tahrir, Al Watan, Al-Youm al Sabea e Al Wafd.

Vários canais independentes de televisão por satélite, como a ONTV, a CBC e a Dream também anunciaram que deixarão suas telas pretas pelos mesmos motivos, embora não especificaram quando adotarão esta medida. Os meios de comunicação protestam contra da minuta da nova Constituição, que o povo votará em um plebiscito previsto para o dia 15 e que, segundo a imprensa, restringe a liberdade de expressão.

A greve dos periódicos acontece em meio a manifestações convocadas pelas forças liberais e opositoras, até o palácio presidencial, para rejeitar a ata constitucional e a convocação do plebiscito sobre a nova Carta Magna.