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 No país do futebol, quem brilha hoje é o vôlei. E brilha numa condição jamais alcançada antes. Após ter amealhado o título do Mundial do Japão – subindo pela segunda vez no topo do pódio do estrelado campeonato –, o Brasil atingiu o status de melhor seleção do planeta. Além de ter erguido a taça no domingo 3 ao derrotar os poloneses por 3 a 0, a equipe dirigida por Bernardo Rezende, o Bernardinho, está sendo reverenciada como a mais perfeita da atualidade. Ela entrou para a galeria dos supercampeões por ter vencido seguidamente uma Olimpíada (a de Atenas, em 2004) e o principal torneio do circuito internacional, algo atingido até então somente pela extinta União Soviética e pelos Estados Unidos.

É verdade que, desde os anos 80, o vôlei soma resultados que enchem os olhos dos brasileiros. Foi quando surgiu a chamada Geração de Prata, com craques como Bernard e Renan, vice-campeões nas Olimpíadas de Los Angeles. Depois, veio a Geração de Ouro, nascida com a primeira medalha de ouro olímpica do Brasil, obtida por Tande, Giovane e companhia nos Jogos de Barcelona, em 1992. Hoje está em quadras a Geração de Diamante, uma autêntica máquina de vencer acionada por atletas como Ricardinho e Giba, eleito melhor jogador do mundo. O apelido foi inventado por Tande para homenagear o perfeito engenho montado por Bernardinho, que assumiu a equipe em 2001. “Eles são o time mais poderoso do mundo, o melhor que o mundo já viu”, decretou o argentino Raul Lozano, técnico da seleção polonesa, após a retumbante vitória sobre seus pupilos.

 

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De 2001 até agora, Bernardinho e seus atletas disputaram 18 competições oficiais, chegaram 17 vezes a finais e levaram o título de 14 torneios. Qual a receita para atingir tamanha eficiência? “Os elementos mais importantes são determinação na preparação, solidariedade e o desafio constante dos limites”, ensina Bernardinho. A seleção trabalha duro, em média, seis meses ao ano. Nesse tempo, a dedicação aos treinos é total. E o técnico está sempre atento a melhoras ou pioras nos fundamentos. Todo ano, ele abre um caderno universitário novo, sempre de capa azul, para anotar o rendimento dos atletas durante a preparação. Assim, ele sabe onde precisa fazer ajustes na máquina.

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Outro ponto positivo é a maneira como driblam desavenças. “Onde existe confiança, tem espaço para cobrança. Depois, todos se entendem porque há um bem-querer sincero”, explica Bernardinho. Quanto ao desempenho, o treinador prefere dizer que eles não são imbatíveis. Mas, para os outros técnicos, a história não é bem assim. No Japão, o comandante da seleção italiana, Gianpaolo Montali, deixou escapar uma frase emblemática para o momento. “No vôlei, jogam seis contra, mas no final quem vence sempre é o Brasil.” Bernardinho sabe da frase, mas prefere levar no tom de brincadeira


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