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PULSEIRA Feita em ágata, ouro e diamante. A cor atrai atenção

 

Famosas pela variedade de cor, as pedras brasileiras estão em um bom momento no mercado internacional. Nas grandes joalherias é comum encontrar anéis, brincos, pingentes e outras peças que trazem uma reluzente gema originária do País. Prova do interesse por essas preciosidades é o aumento das exportações das pedras no primeiro semestre. Foram amealhados US$ 44,2 milhões, 15% a mais do que o verificado no mesmo período em 2006. Na mira, estão quartzos, opalas, águas-marinhas, citrinos, topázios e turmalinas. Mas não são apenas as gemas brutas que conquistam o setor. Segundo o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), a procura pelas jóias produzidas aqui tem crescido, em média, 20% ao ano.

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BRILHO Anéis com topázio e ametista. Brincos com citrino e cristal

O diferencial, no caso, são as lapidações especiais. Em outras palavras, a possibilidade de fazer cortes mais ousados na pedra tem atraído a atenção das joalherias. “São formas inovadoras que valorizam o trabalho artesanal. Com as técnicas avançadas de corte e polimento, obtém-se um controle da luz, do brilho da gema”, explica o designer Adriano Moll, coordenador do laboratório de lapidação da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais. Por que isso tem sido feito com os minerais brasileiros? No passado, o PULSEIRA Feita em ágata, ouro e diamante. A cor atrai atenção que não fosse diamante, esmeralda, rubi e safira não era considerado pedra preciosa. Foi uma tentativa de evitar a concorrência com as gemas de cores vibrantes, que chegaram a ser classificadas como semipreciosas. Há cerca de dez anos, o mercado abandonou o termo.

 

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PINGENTE A peça usa três tipos de quartzo: murion, fumê e rutilado

Mas foi a partir do aumento do preço do ouro – que segue em ritmo intenso desde 2001 – que as pedras daqui começaram a se destacar. O setor joalheiro teve de buscar alternativas e voltou seus olhos para a produção brasileira. Com o avanço da arte de lapidar, as nuances brilhantes e as características das pedras foram realçadas, revelando a beleza de detalhes como as moléculas de água no interior das opalas ou as “agulhas” douradas do quartzo rutilado, na verdade infiltrações de outros minerais no coração da pedra. “Até hoje, o topo do apuro na lapidação está na Alemanha e nos Estados Unidos. Como estamos mais atrasados em tecnologia, nossos designers tiveram de usar criatividade para adaptar as técnicas”, completa Moll.

 

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TESOUROS Turmalina paraíba e topázio imperial (à dir.) são raridades

Hoje, o efeito extraído da pedra e a profusão de cores arrebatam os compradores, principalmente americanos, japoneses, ingleses e alemães. “As pessoas querem peças de impacto visual”, diz Regina Machado, consultora de estilo e tendências do IBGM. Segundo ela, o conceito contemporâneo de luxo ultrapassa o valor material da jóia. O que se quer agora não é apenas um anel com uma gema cara. E sim um trabalho de design. Por outro lado, as mulheres estão adquirindo mais jóias. Houve um aumento de 85% na autocompra, aquele presente que ela dá para si. “A mulher tem mais informação de moda e quer novidades. A maior participação feminina nas vendas impulsionou as joalherias a refrescar o design”, esclarece. Além disso, elas não querem restringir o uso das peças a grandes acontecimentos. Chique, reforça Regina, é vestir jeans e camiseta branca e ostentar uma bela pedra brasileira no cotidiano.