Nesta edição, ISTOÉ presta um importante serviço a seus leitores, que, daqui a duas semanas, no dia 6 de outubro, estarão em frente a uma urna eletrônica para escolher seu novo presidente, seu governador e seus representantes no Congresso e nas Assembléias Legislativas. Esta prestação de serviço da revista não se restringe ao caderno especial Vota Brasil, que, em 24 páginas coordenadas pelo editor especial Mário Simas Filho, traz um detalhado panorama da situação dos candidatos a governador nos 26 Estados e no Distrito Federal.

Neste caderno, por exemplo, o leitor de ISTOÉ em Minas Gerais – o segundo maior colégio eleitoral do País, com 12.680.584 eleitores –, verá por que o candidato do PSDB, Aécio Neves, tem grandes chances de levar já no primeiro turno. Ele está disparado na frente do segundo colocado, o atual vice-governador, Newton Cardoso. O leitor também saberá que, no Distrito Federal, com 1.518.438 eleitores, a tentativa de reeleição para o governo de Joaquim Roriz, do PMDB, pode esbarrar em denúncias de grilagem de terra e suspeitas de falsificação de urnas. Em São Paulo, o maior colégio eleitoral, com 25.655.553 eleitores, a tradicional e idiossincrática liderança de Paulo Salim Maluf, do PPB, corre riscos inapeláveis. Maluf vem perdendo terreno, e o segundo turno pode ser disputado entre o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, que ultrapassou o pepebista, e José Genoino, do PT, que apresenta surpreendente e consistente crescimento na reta final.

O caderno Vota Brasil é muito útil e sua leitura deve ser associada a duas reportagens, tão ou mais proveitosas, produzidas pela sucursal de ISTOÉ em Brasília. Em uma delas, a repórter Antônia Márcia Vale recorda os dez anos do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Para quem não se lembra, Collor se elegeu em 1989, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva, e entre os motivos de sua vitória inclui-se o uso singelo, em um debate entre os dois candidatos, da demolidora informação de que Lula tinha uma filha, Lurian, fora do casamento. Três anos depois, Collor passou para a história como o primeiro presidente que perdeu o poder pela via democrática. Antônia Márcia entrevistou os personagens do evento e, ao falar com o senador Amir Lando, ouviu uma confidência avassaladora. Lando foi o relator da CPI que recomendou a cassação do presidente e contou como foi vítima de tentativas de suborno várias vezes durante os trabalhos da comissão, uma delas no valor de US$ 200 milhões. A outra reportagem também serve como alerta para o risco de votar errado. A mesma Antônia Márcia e a editora Sônia Filgueiras relembram uma lambança feita por deputados que deveriam honrar os votos que receberam, mas só trabalharam em causa própria: a vergonhosa história do desvio de verbas pelos “anões do orçamento”.
Também bastante profícua é a sequência do ISTOÉ Cidadania, com a entrevista de José Serra que publicamos nesta edição. Depois de Garotinho e Ciro Gomes, agora é a vez de o candidato tucano ser entrevistado e fotografado pela equipe da revista. Ele detalhou seu programa de governo e declarou-se um otimista. A propósito, disse que “não há a menor possibilidade de ataque pessoal” a seu oponente Lula e “de forma nenhuma” usaria uma Lurian.

Bom proveito e, no dia 6, cuidado com o seu voto.
 

Hélio Campos Mello, Diretor de Redação

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