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O crescimento de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, em relação ao segundo, deve provocar uma revisão das expectativas de economistas para a economia do País em 2012. O resultado é apenas a metade da mediana de previsões de 42 analistas, que projetavam alta de 1,2% no trimestre passado, com as estimativas variando de 1,0% a 1,5%.

Sobre julho e setembro de 2011, as estimativas apontavam expansão de 1,9%, pela mediana de 40 previsões, em uma faixa de 1,5% a 2,2%. No entanto, o resultado real ficou em 0,9%, de acordo com dados divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

No terceiro trimestre, a economia brasileira teve a pior retração dos investimentos em mais de três anos. Pesou ainda o consumo do governo, que cresceu apenas 0,1% por conta das restrições de gastos em período eleitoral, e o fato de o setor de serviços, até então um dos motores da atividade, ter mostrado estagnação. Mesmo a leve aceleração do consumo das famílias – que cresceu 0,9% no período ante 0,7% no segundo trimestre – serviu pouco para compensar os números ruins.

Apesar de fraca, a expansão trimestral registrada entre julho e setembro foi a melhor desde o primeiro trimestre de 2011, quando ela foi de 0,7%, e mostrou uma modesta melhora sobre o desempenho do segundo trimestre, cujo crescimento foi revisado para 0,2%, ante 0,4% sobre o trimestre anterior.

Mas as incertezas sobre a recuperação persistem ainda mais com a quinta retração trimestral seguida dos investimentos. No período, a formação bruta de capital fixo, uma medida dos investimentos, caiu 2%, a queda trimestral mais forte desde o primeiro trimestre de 2009, quando despencou 11,9% por conta do auge da crise internacional.

Já nos setores da economia, enquanto serviços registrou crescimento zero, a indústria voltou a subir na comparação trimestral, uma expansão de 1,1%. Beneficiado por medidas de estímulo do governo, o setor teve o melhor desempenho desde o segundo trimestre de 2010, quando cresceu 2,1%. Já a produção agropecuária teve um crescimento de 2,5% no trimestre passado.