Há 30 anos o avião japonês Samurai era retirado da aviação brasileira, marcado por vários acidentes. Parece que agora está chegando a vez do Fokker 100. Foram quatro acidentes em menos de 15 dias. O último, na quarta-feira 11, em um vôo de Buenos Aires para São Paulo, o piloto foi obrigado a fazer um pouso forçado em Pelotas, no Rio Grande do Sul, após a aeronave apresentar uma vibração na turbina. Antes, e em um único dia, na sexta-feira 30, dois Fokkers deram um susto em seus passageiros. O primeiro, às 10h45, desceu em uma fazenda em Birigui, interior de São Paulo, com falta de combustível. Pouco antes do meio-dia da mesma sexta-feira, outro Fokker fez uma aterrissagem de barriga no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, por problemas no trem de pouso. Nada que se aproximasse do inesquecível acidente de 31 de outubro de 1996, em Congonhas, quando morreram 99 pessoas. Mas, ainda assim, qualquer que seja o susto provocado por um avião, as consequências sempre são dramáticas para a companhia.

“O avião holandês está estigmatizado”, disse a ISTOÉ o ex-diretor do Departamento de Aviação Civil (DAC) brigadeiro Mauro Gandra. O coronel Ronaldo Jenkins Lemos, experiente investigador de acidentes aéreos, diz que o Fokker, tecnicamente, não oferece riscos, mas faz a ressalva de que “tem faltado sorte ao avião holandês”. Os passageiros não acreditam. Agentes de viagem dizem que a maioria dos passageiros resiste à opção de viajar no Fokker 100. “Eles preferem outro vôo ou outra companhia”, disse Francisco Leme, que tem mais de 30 anos no mercado de passagens aéreas.

A TAM, dona de uma frota de 47 Fokker 100, informou que não irá se pronunciar sobre os últimos acidentes antes dos resultados da investigação que está sendo conduzida pelo DAC.