O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, deixou o melhor para o final. Convidado para encerrar o “Fórum Solução Correios”, realizado na manhã da quinta-feira 24, num hotel em São Paulo, ele anunciou uma importante mudança para a vida das micro e pequenas empresas que vendem para o Exterior e se utilizam do serviço Exporta Fácil da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). “Estamos em negociações avançadas para elevar o limite de utilização do serviço de US$ 10 mil para US$ 20 mil por encomenda”, disse o ministro a uma platéia de uma centena de executivos, ligados principalmente ao setor de logística e distribuição, que irrompeu em palmas ao tomar conhecimento da medida.

A cena dá a dimensão do sucesso do programa, criado em 2000, que até hoje colocou no circuito global cerca de duas mil empresas que antes não conseguiam exportar seus produtos por vários motivos aparentemente intransponíveis: custos, burocracia ou mesmo desconhecimento das possibilidades de atacar mercados fora do País. O Exporta Fácil simplifica a operação de exportação a ponto de ser comparada ao envio de uma simples carta – ao passo que um processo normal de exportação reúne uma quantidade infindável de papéis, carimbos e autorizações. “O número de remessas supera as expectativas”, disse o presidente da ECT, João Henrique de Almeida Sousa. O próximo passo rumo ao objetivo de tornar o mundo pequeno é a criação do Sedex Mundi, que funcionará em âmbito global.

Sousa aproveitou a deixa para recitar os sempre impressionantes números da instituição que dirige: 104 mil funcionários, entre os quais 53 mil carteiros, 12 mil agências presentes em todos os municípios brasileiros (sem exceção), 35 aviões e 40 mil veículos utilizados diariamente, 27 mil caixas de coleta de correspondências… Enfim, números de um eficiente gigante, que não à toa é considerado pela população brasileira a instituição mais confiável (em segundo lugar vem a família, em terceiro o Corpo de Bombeiros). Nas palavras de Benjamin Franklin, citado no Fórum pelo jornalista Joelmir Beting, “o correio é a única prova de confiança do homem no próprio homem”. O evento, sob a chancela de “Fórum Istoé Dinheiro”, foi o primeiro realizado pela divisão de Seminários e Palestras do Grupo de Comunicação Três. “Nossa iniciativa parte da premissa de que não existem problemas, e sim soluções mais ou menos complexas que têm de ser resolvidas”, disse o editor e diretor responsável do grupo, Domingo Alzugaray, ao abrir os trabalhos. “Novos fóruns virão, dentro da mesma filosofia.”