Sete décadas de arte brasileira foram sintetizadas de forma inspirada na seleção de 258 obras de 98 artistas feita pela crítica de arte Aracy Amaral. Organizada de forma cronológica a partir dos anos 30, a mostra examina como os artistas nacionais reagiram à realidade social e política em algum momento de suas trajetórias, reunindo verdadeiros marcos da estética engajada, entre eles Trouxas de sangue, de Artur Barrio, e Malhas da liberdade, de Cildo Meireles. O vasto panorama abre-se com três obras antológicas – Operários, de Tarsila do Amaral; Café, de Cândido Portinari; e Guerra, de Lasar Segall. A seguir, envereda pelo realismo socialista dos Clubes de Gravura, pela pintura social da Família Artística Paulista e do Núcleo Barnadelli e pelo enfrentamento da ditadura através da pop art de nomes como Rubens Gerchman e Claudio Tozzi, atualíssimo com sua obra USA e abUSA, de 1966. No último piso, os contemporâneos Nuno Ramos e Rosângela Rennó, entre outros, tematizam a violência urbana. (Ivan Claudio)