Encontro secreto de Simon e Dirceu

Quando lhe perguntam se aceita ser vice de Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) responde que acha muito difícil a aliança formal entre o PT e o PMDB. Ele dá a entender que está fora dessa. Mas não é bem assim. Na quarta-feira 29, Simon recebeu em sua casa, para um café da manhã sigiloso, o presidente do PT, José Dirceu. O deputado petista foi dizer o seguinte: a) o PT quer ganhar essa eleição no primeiro turno; b) a proposta de aliança formal com o PMDB é para valer; c) não só ganha a eleição como garante a governabilidade da administração Lula; d) que Simon se considere devidamente convidado. O senador peemedebista respondeu que pessoalmente é plenamente favorável à idéia. Mas tem problemas: a) não pode aceitá-la formalmente agora; b) tem que recebê-la como uma convocação de seu partido, o PMDB; c) há problemas para serem resolvidos entre petistas e peemedebistas no Rio Grande do Sul. Dirceu ficou, então, de procurar o presidente do PMDB gaúcho, César Schimer. Mas avisou: vai resolver a questão local e a aliança nacional será fechada.

Bom humor
 

Na foto abaixo, Domingo Alzugaray (à direita), editor e diretor responsável da Editora Três, encontra-se durante solenidade no Palácio do Planalto com Nizan Guanaes (à esquerda), o marqueteiro de José Serra.

O périplo de José Dirceu

Na noite anterior ao encontro com Simon, José Dirceu esteve com o senador pelo PMDB do Amapá, José Sarney, pai de Roseana. Garantiu os votos do clã na convenção peemedebista à aliança PMDB-PT. Dirceu segredou a Sarney: vai também se encontrar com um velho amigo
de ambos. Trata-se de Itamar Franco, o titubeante governador
de Minas Gerais.

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Turma do muro

Enquanto o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) aceitava o convite de FHC para voltar ao comando do Ministério da Integração Nacional, apesar das denúncias contra ele no Estado do futuro ministro, o governador José Maranhão, o principal cacique peemedebista do pedaço, telefonava para Pedro Simon. Avisou que os convencionais paraibanos do PMDB votarão pela aliança com o PT ou, no máximo, para que o partido não tenha candidato a presidente.

Desespero no Palácio

Os coordenadores políticos do Planalto estão vivendo um tremendo dilema. Têm só 15 dias para arrancar a vitória governista na convenção do PMDB. Precisarão, portanto, de uma gigantesca operação toma-lá- dá-cá junto aos convencionais. Mas, se essa operação for deflagrada e vazar, pode destruir a candidatura do tucano José Serra. De qualquer maneira, FHC chamou ao Palácio o deputado Germano Rigotto, candidato do PMDB a governador do Rio Grande do Sul. Ofereceu apoio do PSDB local à sua candidatura, desde que ele convença Pedro Simon a desistir da aliança com o PT.

 

Rápidas

A Interpol abriu inquérito para apurar a brigalhada entre fundos de pensão do Brasil, o grupo Opportunity, o empresário Nelson Tanure e a TIW canadense. Vem chumbo grosso aí.

Gilmar Mendes, recém-aprovado ministro do STF, está sendo processado por improbidade administrativa pelo procurador da República Aldenor Moreira de Souza.


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