Com jeito de garotão e aparentemente à vontade, o candidato do PPS, Ciro Gomes, se saiu bem das perguntas polêmicas feitas por João Gordo na gravação do programa Gordo a go-go, que vai ao ar no dia 10 de junho na MTV. “Sou contra a descriminalização das drogas. Mas acho que o usuário não é criminoso, ele precisa de carinho, hospital e assistência médica”, opinou Ciro, que escapou das questões sobre suas experiências com os tóxicos. Pelo menos, não mandou o velho “fumei, mas não traguei”.

Sobre aborto, disse ser contra, mas afirmou que isso não é um problema de governo. “Ninguém é a favor do aborto. Mas isso é assunto de família, não de política. Não deveria ser proibido”, garante Ciro, que se declarou favorável ao projeto de união civil entre homossexuais. O sempre despojado João Gordo, que no final trocou o formal “governador” por “seu Ciro”, preferiu não falar dos outros candidatos, temendo ser processado. Ao que Ciro respondeu: “Tem que meter a boca, João. Eu tenho 18 processos por chamar ladrão de ladrão.” Usando linguagem e gestos informais e evitando termos que poderiam soar pedantes ao público jovem da emissora – na faixa de 15 a 29 anos –, Ciro pedia à rapaziada para visitar seu portal na internet. O tom descontraído marcou o bate-papo, no qual Ciro mostrou que música não é bem o seu forte. Ele contou que gosta de forró, acha o cantor Falcão genial e já integrou um conjunto de rock na juventude. “Era percussionista. Não tinha muita
função na banda.”

Nos corredores da emissora, ao lado da filha Lívia, 18 anos, Ciro abriu os brindes que ganhou da MTV. Ao ver o DVD do show acústico de Gal Costa, comentou animado: “Oba, Gal Costa! Será que tem Festa do interior?” O frevo de Moraes Moreira e Abel Silva não está no show, para decepção do candidato.