Uma publicação é feita de boas e más notícias, e esta edição não foge à regra. É uma má notícia a Câmara dos Deputados ter aprovado o salário mínimo de R$ 260. Pode ter sido bom para o governo, que obteve uma vitória e deu demonstração pública de habilidade de negociação com os parlamentares, e para o ministro Aldo Rebelo, que trabalhou muito nesse sentido. Mas não é bom para os trabalhadores, que continuam com seu precário poder aquisitivo, nem para o comércio, que poderia vender mais, nem para a indústria, que também poderia produzir mais. E mais produção e mais venda representam mais empregos de que o País tanto necessita. Outra má notícia é o escândalo da apropriação de dinheiro público feita pela máfia que se instalou nos quintais do Ministério da Saúde. As investigações da Justiça estão perigosamente se aproximando do partido do governo e isso, com certeza, também não é uma boa notícia.

Já o entrevistado das páginas vermelhas desta edição nos traz boas notícias. O pediatra Leonardo Posternak, vencedor do Prêmio Jabuti de 2003, com seu livro
O direito à verdade – cartas para uma criança
e mais de 30 anos de experiência, está fundando um instituto. O Instituto da Família vai ajudar a formar profissionais para olhar a criança de maneira mais abrangente. Para Posternak, não basta ao médico cuidar apenas da dor de barriga e ignorar o entorno. Falta de carinho e má relação entre os pais podem estar na raiz de problemas. Esses cuidados com a infância contribuirão, com certeza, na formação de adultos melhores para o futuro, pessoas mais éticas e menos propensas a, por exemplo, roubar dinheiro público, como os vampiros acima citados. E isso é uma ótima notícia.

Outra boa notícia nos enche de orgulho porque participamos dela. No Dia Internacional do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, ISTOÉ assina
parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica. Com a entidade ambientalista mais respeitada do Brasil, a revista participa do maior esforço de recuperação da Mata Atlântica, a floresta mais ameaçada do País. Nesse projeto, o leitor de ISTOÉ também é parceiro. O assinante terá uma árvore plantada em seu nome na Floresta do Futuro ISTOÉ, que fica na fazenda do fotógrafo Sebastião Salgado. Para saber como participar, acesse o site www.florestaistoe.com.br. Parte da receita da venda dos exemplares também será revertida para o reflorestamento da Fazenda Bulcão, em Aimorés, Minas Gerais. A experiência de Salgado, numa das áreas mais degradadas do País, virou um modelo de preservação. Afinal, como diz Roberto Klabin, presidente da SOS Mata Atlântica: “A natureza quando tratada de forma ética e consciente não é obstáculo, mas sim fonte de oportunidades.” Com essa iniciativa, ISTOÉ e seus leitores dão um exemplo de cidadania, ao se engajarem em um projeto que vai repor parte do que foi destruído nos últimos 500 anos. E isso é uma excelente notícia.