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DANÇA DAS CADEIRAS
Liderado pelo prefeito Gilberto Kassab (à esq.), o PSD deve desembarcar na Esplanada dos
Ministérios. O PMDB, do deputado Henrique Eduardo Alves (acima), tenta ampliar sua influência

Encerrado o segundo turno eleitoral, os partidos da base do governo já fazem seus cálculos políticos para preparar as faturas que apresentarão ao Palácio do Planalto. O crescimento de cada uma das legendas e o apoio negociado nos palanques municipais se tornam agora instrumentos de barganha essenciais para a manutenção das alianças no plano nacional. Com a vitória de 1.032 prefeitos, o PMDB, por exemplo, se manteve como o maior partido do País. Pelo tamanho da legenda e pela fidelidade ao PT de Dilma, os peemedebistas avaliam que estão sub-representados no governo. ?Não temos nenhum ministério com capacidade de atendimento efetivo à bancada parlamentar?, diz um integrante da cúpula do PMDB. Segundo ele, a reivindicação é de mais ?espaço de ação política? para que o partido consiga ?abastecer sua base e executar políticas públicas que atendam às demandas dos seus prefeitos?. O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, deixa escapar a ansiedade do partido. ?Estamos cautelosos?, afirma. ?Mas é fato que perdemos substância sem os ministérios da Saúde e da Integração. Agricultura e Turismo não dão visibilidade.?

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A retomada de poder dos peemedebistas na Esplanada não será fácil, pois outros partidos também querem espaço. O PSB, que mais cresceu nas eleições ao eleger 443 prefeitos, incluídas cinco capitais, está de olho nas pastas de Cidades e Transportes. Os atuais domínios do PSB, a Secretaria de Portos e o Ministério da Integração, atendem apenas uma parte dos correligionários. ?Se o governo avaliar que nós crescemos e ocorrer o reconhecimento disso com uma nova pasta, será merecido?, afirma o deputado Júlio Delgado (MG). Outro que bate à porta do Palácio do Planalto é o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Em sua primeira eleição, o partido conseguiu 497 prefeituras. Kassab já mandou instalar um escritório político em Brasília, para onde deve se mudar no início do ano que vem. Embora o PSD vislumbre um ministério de ?primeira divisão?, deve ser acomodado numa nova pasta que será criada para atender às pequenas e médias empresas. Não será fácil atender a tantos interesses: a presidenta Dilma Rousseff avisou que só vai se preocupar com uma nova reforma ministerial em janeiro e, além disso, não pretende fazer grandes mudanças.

Fotos: Rafael Hupsel/Ag.Istoé; José Cruz/ABR