Assista ao vídeo e confira antes como serão os shows e parte dos figurinos :

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A o som de uma abertura que simula acordes de música clássica, a fortaleza medieval é iluminada por luzes cor-de-rosa e ganha ares de castelo de Cinderela. Da entrada lateral sai um estranho cortejo: cavaleiros portando bandeiras e escoltando um unicórnio. Sobre ele, uma mulher está algemada. É Lady Gaga, que canta o sucesso “Highway Unicorn (Road to Love)” e dá a largada para o seu show “Born This Way Ball”. A cena, que leva os milhares de fãs ao delírio, vai ser vista no Rio de Janeiro, na sexta-feira 9, e depois se repete em São Paulo e em Porto Alegre na primeira turnê da cantora no País. Por duas horas e meia, Mother Monster (Mãe Monstro), como a popstar se autodenomina, aparece como o chassi de uma moto, entra em uma enorme máquina de moer carne, usa máscaras com aparência de carneiro e chapéus semelhantes à Estátua da Liberdade – e troca de perucas com a mesma rapidez com que muda os vestidos de corte bizarro. Canta e dança sem parar. A performance de Stefani Joanne Angelina Germanotta, seu nome de nascimento, exige-lhe tanta energia física que a excursão, lançada em abril, na Coreia do Sul, tem sido marcada por desmaios e mal-estar da estrela.

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RECORDE
Lady Gaga tem 53 milhões de “curtir” no Facebook
e mais de 30 milhões de seguidores no Twitter

O esforço compensa: com lotação esgotada em todas as cidades por onde passou, a turnê (que prevê 115 apresentações) é a mais lucrativa de um artista do sexo feminino este ano, segundo o site de shows Pollstar: faturou até agora mais de US$ 118 milhões. Com suas frases de vanguardista, Lady Gaga apresentou o seu espetáculo milionário como uma “electro metal pop ópera”. Troque ópera por circo e estamos entendidos. No caso, um circo com uma feérica narrativa, pontuada pelas intervenções de uma criatura virtual chamada Mother G.O.A.T., que consiste numa réplica robótica do rosto da própria cantora, encerrada numa estrutura em forma de diamante, desenhada por neons. É essa entidade quem anuncia a história a ser costurada por canções como “Born This Way”, “Bad Romance”, “Judas” ou “Poker Face”, tiradas dos três CDs da popstar. Diz a narradora, com voz metalizada: “A prisioneira Lady Gaga escapou. Objetivo da alien fugitiva: criar uma nova raça. Início da operação ‘Mate a Cadela’.” O que se assiste a seguir é a luta da “personagem” Lady Gaga contra as forças de repressão de G.O.A.T. (Government Owned Alien Territory, ou Território Alienígena de Propriedade do Governo), numa aventura semelhante aos quadrinhos que os fãs, chamados de Little Monsters (monstrinhos) pela cantora, sabem de cor.

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Moda mundial, o “gagaísmo” não deve ser visto como mera jogada comercial. Com suas letras de conteúdo sexual pregando o direito à diferença, Lady Gaga, 26 anos, fala a língua de uma juventude cansada de rótulos – e é por ela endeusada como porta-voz de suas ansiedades. Os números da artista nas redes sociais servem de parâmetro. A cantora tem 53 milhões de “curtir” no Facebook (Madonna não passa dos dez milhões) e foi a primeira pessoa a atingir a marca de dez milhões de seguidores no Twitter, no ano passado – hoje esse número ultrapassa os 30 milhões. É dessa tribuna que ela mantém o público informado sobre sua carreira e expõe suas ideias. Ao se ver obrigada a cancelar o espetáculo na Indonésia, enfrentou a ira dos radicais islâmicos: “extremistas estão me ameaçando de violência”, postou no Twitter.

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Polêmica é o que não falta ao show – e não se fala aqui apenas das cenas em que ela simula ato sexual ou “mata” os inimigos. Na Holanda, alguém lhe jogou um cigarro de maconha, ela perguntou se era de verdade e, para saber, deu um trago. Foi criticada nos quatro cantos do mundo por apologia às drogas. O momento em que aconteceu esse “tiro pela culatra” é o mais esperado do show. É quando a cantora escolhe a sua “princesa do dia” e conversa diretamente com o público, que lhe atira presentes. Tudo se dá diante da região chamada “Monster Pit”, área vip em formato de pentágono que, curiosamente, não custa mais caro – entram nela os pagantes que chegarem mais cedo ao local do espetáculo ou que estiverem mais “produzidos”. Desenhado pelo arquiteto Mark Fisher, o mesmo dos Rolling Stones e U2, o palco é o maior e um dos mais complexos já montados. Está à altura da cantora que, em apenas três anos e no ápice da crise fonográfica, vendeu mais de 23 milhões de discos e se tornou o grande fenômeno pop da atualidade.  

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Foto: divulgação
Fotos: LEON NEAL/AFP PHOTO ;divulgação