A morte de Diana Spencer, que ficou eternizada como Princesa Diana, completou 25 anos nesta terça-feira (31). O acidente de carro que vitimou Diana e o namorado, Dodi, deixou milhões de pessoas em choque, mesmo aquelas longe dos palácios ou sem qualquer ligação com a monarquia. A Princesa de Gales conseguiu se aproximar do povo com seu carisma, o envolvimento em causas humanitárias e o cuidado com os filhos. Além disso, foi um ícone fashion e conseguiu mudar a realeza britânica para sempre.


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Quem foi Diana Frances Spencer

Antes de ser a Princesa de Gales, Diana fez parte da família Spencer, que tinha relações muito próximas à realeza inglesa. Os biógrafos de Diana afirmam que ela teve uma infância infeliz, pelo casamento conturbado dos pais, que terminou em divórcio e a briga deles pela guarda das crianças, que ficou com o pai. Além disso, a relação com a madrasta era ruim.

Por volta dos 16 anos, depois de terminar os estudos em um colégio suíço, a filha de John Spencer, 8º Conde Spencer, e Frances Shand Kydd (Frances Burke-Roche na época) trabalhou como babá, instrutora de dança, professora de pré-escola e fez faxina para a irmã e seus amigos próximos.

Quando Diana e Charles e conheceram

Lady Di conheceu Charles, o Príncipe de Gales, que posteriormente se tornaria seu esposo, em 1977, aos 22 anos. No início, Charles namorava com Sarah, irmã de Diana. O relacionamento não foi adiante, mas foi por ele que os dois começaram a ter contato.

O interesse romântico surgiu em 1980, em um jogo de polo de Charles. Depois disso, ela foi convidada para uma reunião familiar em que conheceu a Rainha Mãe e o Duque de Edimburgo (avós do Príncipe de Gales) e causou uma boa impressão. O pedido de casamento veio em fevereiro de 1981.

Diana, Charles e o “casamento do século”

25 anos após sua morte, a vida da princesa Diana continua sendo celebrada
O príncipe Charle e Lady Diana se beijam no Palácio de Buckingham após casamento em 29 de julho de 1981 – POOL/AFP/Arquivos

O casamento de Diana e Charles ocorreu no dia 29 de julho de 1981, na Catedral Saint Paul, em Londres, e ficou conhecido como o “casamento do século”. Cerca de 750 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo acompanharam a transmissão da cerimônia, além do sem-número de pessoas que acompanharam o cortejo pelas ruas da capital.

Apesar da cerimônia ter sido retratada como um conto de fadas, os problemas já existiam antes mesmo do “sim”. Um comentário maldoso de Charles se tornou um gatilho para que a futura princesa desenvolvesse bulimia. Então, a lua-de-mel e boa parte do casamento foram marcados pelos episódios de alimentação compulsiva e posterior provocação de vômitos por parte da princesa.

Esse não era o único problema da relação. A ex-namorada Camilla Parker Bowles, que se tornaria a Duquesa da Cornualha depois do casamento com Charles, em 2005, era uma constante razão para desentendimentos. Há relatos que Diana encontrou declarações de afeto entre os dois ainda na primeira viagem como casal real e que o caso extraconjugal já acontecia em 1986, 6 anos antes do anúncio do divórcio.

Contudo, alguns historiadores apontam que Diana foi a primeira a ter um caso. Uma pessoa que trabalhava com a família real afirmou que ela se envolveu romanticamente com seu segurança, Barry Mannakee, em 1985, e que esse foi o gatilho para que o esposo voltasse a ver Camilla.

Diana, a princesa do povo

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Princesa Diana segura uma mina terrestre em um corredor seguro em Angola, em 1997

O trabalho humanitário praticado pela Princesa de Gales ficou conhecido mundialmente e Diana sabia usar a fama a seu favor na divulgação das causas apadrinhadas por ela. Ela não parou mesmo depois da separação. Assim, ela posou ao lado de pessoas doentes, cumprimentando pessoas que viviam com HIV e lepra sem o uso de luvas, por exemplo. O gesto foi importante para desmistificar as essas doenças e tirar o estigma de necessidade de isolamento que era imposto às pessoas.

Outro ponto forte da sua atuação em prol das pessoas em situação de vulnerabilidade foi a visita a um hospital em Angola que cuidava de pessoas que perderam membros em razão de minas terrestres. Em 1997, por exemplo, ela andou por um território repleto de minas terrestres para dar visibilidade à causa. Usando um colete e uma viseira, Lady Di atravessou um terreno que, dias antes, tinha vitimado crianças nas explosões. Ela fez questão que os fotógrafos registrassem o momento. 

Diana, mãe de William e Harry

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(Arquivo) Foto tirada em 19 de agosto de 1995 mostra o príncipe Charles (E), a princesa Diana (D), e seus filhos, William (2D) e Harry, em Londres – AFP/Arquivos

William e Harry tinham apenas 15 e 12 anos, respectivamente, quando Diana morreu. A imagem dos dois andando perto do caixão da mãe, abatidos, também ficou na memória. Em vida, a relação dela com os filhos foi vista como muito afetuosa e ela não se importava em quebrar protocolos para ter momentos mais divertidos com ele.

Para começar, as princesas seguem um cronograma extenso de viagens após o parto, mas não devem levar seus bebês. Porém, ela ignorou a regra e levou William, aos 9 meses, para uma visita à Austrália.

Outro ponto importante é que ela marcava seus compromissos reais levando em conta a agenda escolar dos filhos. Uma foto icônica foi feita em um desses eventos. Ela quebrou todos os protocolos ao participar de uma corrida com outras mães. Apesar de não ter vencido, a imagem mostra o quanto ela estava se esforçando e que as outras mães não facilitaram a corrida para que ela chegasse em primeiro lugar.

O divórcio de Diana e Charles

Depois de anos de uma relação conturbada, boatos e traições, o casal anunciou a separação em 1992 e o divórcio foi finalizado em 1996, um ano antes de sua morte. O “escândalo” estava nos tabloides diariamente, que contratavam fotógrafos para perseguir os envolvidos e conseguir fotos chocantes para as publicações. Infelizmente, os paparazzi, como eram chamados, foram um dos culpados pela morte de Lady Di.

Na época, sua vida ficou ainda mais exposta e os boatos não cessaram. Em 1994, Charles confessou em uma entrevista que havia traído a esposa com Camilla. Depois disso, ela apareceu vestida no que ficou chamado de “vestido de vingança”, uma peça preta, com ombros de fora e bastante curto para os padrões da época, principalmente para alguém que ainda ostentava o título de princesa. Os biógrafos afirmam que a intenção era mostrar que ela não ligava mais para Charles ou mesmo para a família real.

Com a separação consolidada, os dois puderam seguir a vida. O Príncipe de Gales passou a se relacionar publicamente com Camilla Parker Bowles, com quem está casado até hoje. Diana namorou alguns homens, sem voltar a casar. O negociante de arte Oliver Hoare, o cirurgião paquistanês Hasnat Khan e o herdeiro egípcio Dodi Al Fayed foram alguns deles. Dodi estava com ela no fatídico 31 de março e também morreu no acidente.

A “exclusiva do século” 

Um jornalista da BBC conseguiu uma entrevista exclusiva com Diana usando documentos forjados para persuadir a princesa a revelar seus medos e angústias. O combinado era que ela concederia a entrevista e ele revelaria provas de um caso do príncipe com a babá das crianças. A entrevista, de 1995, foi vista por 20 milhões de pessoas.

Foi nessa conversa que ela falou que havia “três pessoas” no casamento, fazendo referência à Camilla. “Assumo alguma responsabilidade por nosso casamento ter sido como foi. Vou assumir a metade, mas eu não vou assumir mais do que isso, porque são necessários dois para entrar nessa situação”, disse ela. Diana também contou que teve um envolvimento com James Hewitt em 1987, ex-instrutor de equitação dela e de seus filhos.

Sobre a vida no palácio, ela desabafou que não era bem aceita pela família real em razão do seu comportamento. “Não, não acredito [que algum dia serei rainha]. Gostava de ser rainha do coração das pessoas, mas não me vejo como rainha deste país”.

A entrevista ficou marcada, ainda, pela exposição da sua saúde mental fragilizada. A princesa contou que sofria com a bulimia, que teve depressão pós-parto e passou por episódios de automutilação. “Era um sintoma do que estava acontecendo em meu casamento. Eu estava gritando por ajuda, mas dando os sinais errados”, refletiu.

A morte da princesa Diana

25 anos após sua morte, a vida da princesa Diana continua sendo celebrada
(Arquivos) Os príncipes William e Harry, após a morte de sua mãe, a princesa Diana, no dia 6 de setembro de 1997 – POOL/AFP/Arquivos

A vida de Diana passou a estar ainda mais sob os holofotes da mídia depois da separação. Ela e os filhos eram constantemente assediados pela presença dos fotógrafos. No dia 30 de agosto, Diana e Dodi estavam jantando em um restaurante em Paris. Os dois tentaram sair discretamente do local usando as portas dos fundos, mas não foi suficiente.

Naquela noite, mais uma vez, os paparazzi perseguiram o carro em que ela estava. Contudo, a outra razão para a tragédia foi o motorista. Henri Paul estava sob efeito de álcool, remédios antipsicóticos e antidepressivos e dirigia a mais de 100 km/h. O profissional perdeu o controle do veículo no viaduto da Ponte de l’Alma e causou a colisão. Paul e Al-Fayed morreram na hora. Diana faleceu horas depois, no hospital, aos 36 anos. O guarda-costas foi o único sobrevivente do acidente.


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A imagem de Diana, 25 anos depois

25 anos após sua morte, a vida da princesa Diana continua sendo celebrada
Os príncipes William e Harry inauguram a estátua de bronze de sua mãe, a princesa Diana, nos jardins do Palácio de Kensington em Londres, em 1º de julho de 2021 – POOL/AFP/Arquivos

25 anos depois de sua morte, Diana continua sendo reverenciada, lembrada por seus atos humanitários e por ter deixado a família real um pouco mais acessível. Pelo Instagram, Elton John, amigo e artista que cantou no funeral da princesa, fez uma homenagem singela. “Você sempre fará falta”, escreveu ele, no post com uma foto com ela. Em Paris, no local do acidente, moradores e turistas homenagearam a princesa do povo com flores e mensagens.

O irmão, Charles Spencer, também deixou a sua homenagem nas redes sociais. Ele mostrou a bandeira da Grã-Bretanha hasteada a meio-mastro, gesto simbólico de luto. Harry e William participaram das homenagens à mãe nos 20 anos do falecimento dela. Na data, eles concordaram que aquela seria a última celebração pública do legado de Diana.

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