Se depender das grandes produtoras de perfumes, o verão brasileiro será o mais leve dos últimos tempos. Marcas consagradas como Calvin Klein, Escada, Versace, Burberry e Carolina Herrera, entre outras, trouxeram ao País fragrâncias suaves e com edição limitada para a estação mais quente do ano. Flores e frutas serviram de inspiração para que elas abocanhassem uma boa fatia no mercado nacional. E que mercado! De acordo com a Associação dos Importadores de Perfumes, Cosméticos e Similares (Adipec), só em 2001 a comercialização de produtos de perfumaria, cosméticos e higiene pessoal movimentou US$ 3 bilhões no Brasil. Desses, 6% são importados, o equivalente a US$ 174 milhões, ou aproximadamente R$ 535 milhões.

De olho nos consumidores, a Adipec organizou no final de agosto em São Paulo, pelo terceiro ano consecutivo, a Mostra Internacional de Perfumes, Cosméticos e Higiene Pessoal. O número de expositores cresceu 50% em relação a 2001. “Os importadores confiam no crescimento do País, apesar da alta do dólar. No ano passado, a moeda americana também subiu, mas depois voltou a cair”, explicou Marcos Rothenberg, presidente da associação. Como o produto estrangeiro costuma atrair muito a atenção do brasileiro, as falsificações são inevitáveis. Para diminuir a pirataria, a Adipec lançou no final do ano passado um selo próprio, que garante a procedência e a originalidade do produto. “O mercado de importados poderia ser 50% maior se não fossem as falsificações. Combatê-las é nossa prioridade”, finalizou Rothenberg.

Na mostra, além dos perfumes tradicionais, foram exibidos lançamentos que devem estar nas prateleiras ainda este mês. A Versus, a marca mais popular da italiana Versace, por exemplo, colocou todas as fichas no mercado feminino. São três perfumes com design ousado e colorido e essência de frutas, como tangerina e abacate. O resultado agrada o olfato e deixa de lado os cheiros fortes e doces, sucesso em países mais frios, como os da Europa e os Estados Unidos.

Para aqueles que reclamam que perfumes leves duram apenas algumas horas no corpo, a Van Cleef & Arpels trouxe o já tradicional First, em edição limitada exclusiva do verão 2003. Sua fórmula contém álcool, o que garante uma boa fixação durante o dia, e filtro solar, que protege contra as ações maléficas da exposição solar. O aroma foi produzido com rosas e lírios, deixando o produto ainda mais feminino. A mesma linha foi seguida pela Salvador Dalí, com o Dalistyle. Além do aroma floral – composto de gardênias e frésias brancas –, o perfume tem um frasco arrojado, em forma de escultura, bem característico da marca. A grife Escada, especialista em fragrâncias fortes, também entrou no clima da estação e investiu em suavidade. O perfume, chamado Sexy Graffiti, é uma mistura de frutas vermelhas (amora, morango e groselha) com flores (violeta e lírio). Há ainda um toque de baunilha, responsável pelo ar místico do produto.

Apesar de os lançamentos visarem mais o público feminino, os homens não ficaram esquecidos. Para eles, a Yves Saint Laurent lançou o Eau d’Été Kouros: uma mistura surpreendente de bergamota, hortelã brava e alecrim. Ideal para quem faz esportes, pois, apesar de leve, tem boa fixação. Leveza também é a grande aposta dos fabricantes para o mercado de perfumes masculinos. A Calvin Klein, que há algum tempo já investe neste nicho com os CK one e CK be, populares entre homens e mulheres, traz para o verão o Truth Calvin Klein Men. Aroma amadeirado e pitadas de manjericão fazem lembrar o cheirinho de floresta.

Nesta nova leva de aromas, até as crianças tiveram sua vez. A tradicional grife Burberry trouxe a linha Baby Touch, que, além do perfume, tem também loção hidratante e gel para banho. Todos os produtos são hipoalergênicos, que praticamente anulam qualquer possibilidade de causar irritação na pele das crianças. As fragrâncias são leves, compostas por frutas cítricas e hortelã. O perfume pode ser encontrado nas versões com ou sem álcool – a diferença entre elas é o tempo de fixação. A embalagem tem um charme à parte: é abaulada por baixo, imitando um joão-bobo.