O presidente Fernando Henrique Cardoso movimenta as peças no tabuleiro de xadrez na sala íntima do Palácio da Alvorada da mesma forma que comandou o País por oito anos. Com as mãos direita e esquerda avança e recua peões. Mantém cavalos e bispos atentos à segurança do rei. São movimentos do mestre da política que não deixou sua estratégia de governo em xeque, manejando como ninguém sua ampla base no Congresso para isso. Mas é o próprio mestre que se rende a outro talento, também da família: quem entende mesmo do jogo é Pedrinho, filho de Beatriz, a caçula do presidente. “Ele é quem joga bem”, garante o avô coruja que faz questão de lembrar que foi ele o professor do menino na arte do xadrez. Com bom humor, FHC abriu as alas reservadas da casa onde mora até 31 de dezembro para o fotógrafo Ricardo Stuckert. Durante três dias, ele registrou, com exclusividade, a intimidade do principal hóspede do Alvorada na última década. Vivenciou a rotina do chefe da Nação, até então desconhecida da população.