Em um país com regime político autoritário, fica difícil saber o que é verdade ou mentira quando determinados fatos envolvem os detentores do poder. Foi assim que em Cuba, na semana passada, mais uma vez as autoridades tiveram de correr para pôr fim às notícias que em todo o mundo colocavam o ditador Fidel Castro, 86 anos, como paciente terminal. Com a saúde extremamente combalida, ele não aparece publicamente desde a visita à ilha do papa Bento XVI, há cinco meses. A versão de que sofrera um acidente vascular cerebral e não mais reconhece sequer os familiares foi inflada consideravelmente pelo médico venezuelano José Ramos Marquina, que declarou a um jornal espanhol que o líder cubano estava em estado vegetativo. Para frear os comentários, decidiu-se então tornar pública uma foto de Fidel Castro, tendo ele em mãos o jornal “Granma” com data da sexta-feira 19. No texto da reportagem, Fidel declara – ou declararam por ele – que “nem se lembra como é ter dor de cabeça”.