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AMIGOS
Logan Lerman, Ezra Miller e Emma Watson: sexo, drogas e rock and roll

Órfãos da franquia mais bem-sucedida do cinema, com cerca de US$ 7,7 bilhões de faturamento, os atores Daniel Radcliffe e Emma Watson tinham dois desafios ao se despedir da série “Harry Potter”: se libertar dos personagens aos quais estiveram ligados por uma década e, ao escolher novos papéis, não decepcionar a legião de fãs que cresceu lendo e acompanhando as suas aventuras. Cauteloso, Radcliffe optou pelo caminho mais fácil em “A Dama de Preto”, no qual viveu um advogado que viaja pelo interior da Inglaterra no início do século passado. Após fazer uma ponta na produção de época “Sete Dias com Marilyn”, Emma dá um passo arriscado ao se despedir de vez da Escola de Hogwarts. No filme “As Vantagens de Ser Invisível”, em cartaz no Brasil, ela é Sam, uma garota avançada para a idade, que estuda numa escola de ensino fundamental onde truques de mágica não surtem qualquer efeito diante do preconceito e da prática de bullying reinantes. Meia-irmã de um jovem gay, Sam se solidariza com as suas opções, integrando a ala de “deslocados” do colégio. Como a maior parte dos jovens, eles adotam a rebeldia como forma de afirmação e experimentam tudo a que têm direito nessa fase de descobertas: sexo, drogas e diversões pouco convencionais.

O novo longa-metragem de Stephen Chbosky afasta-se do mero entretenimento e segue a linhagem de dramas adolescentes iniciada com o clássico “Juventude Transviada”, de 1955. Na nova turma de Sam aparece, por exemplo, o tímido e inteligente Charlie, cujo amigo de infância se matou, levando-o a fechar-se em seu mundo. O difícil papel caiu nas mãos de outro ator que fez a fama em blockbusters infantojuvenis – Logan Lerman, o protagonista da série “Percy Jackson”. Tanto Lerman quanto Emma aceitaram trabalhar em “As Vantagens de Ser Invisível” porque o livro em que se baseia, escrito pelo próprio diretor, foi um fenômeno de vendas desde a sua publicação, em 1999. A obra vendeu mais de um milhão de exemplares só nos EUA. 

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Emma se disse intimidada pela história: “O filme me tirou da zona de conforto. Falei para o diretor: estou me despedindo de Hermione e você quer que eu dance de espartilho, é difícil.” Pura frase de efeito de uma estrela que, aos 22 anos, já aprendeu a lidar com a mídia. Na mesma linha, ela apareceu com visual “periguete” em mais um trabalho, “The Bling Ring”, dirigido por Sofia Coppola. Na trama baseada em fatos reais, Emma (cuja fortuna é de US$ 38 milhões) integra uma gangue que rouba casas de atores hollywoodianos, como Orlando Bloom, Megan Fox e Lindsay Lohan. Tê-la no elenco não é apenas um chamariz de público. É também uma forma de tratar com ironia um dos grandes mitos recentes do cinema: o reinado das estrelas teen.  

Fotos: John Bramley; LAURENCE CENDROWICZ; divulgação