Visitada por um milhão de pessoas, o que a torna uma das exposições mais visitadas do País, Albert Eckout volta ao Brasil (1644-2002) faz sua quarta e última escala em território nacional, agora em cartaz no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, até 25 de maio. Desde setembro do ano passado, as 24 obras que o pintor e desenhista holandês Albert Eckhout (c.1610-c.1665) produziu no Nordeste, como participante da comitiva do conde Maurício de Nassau, passaram por Recife, Brasília e São Paulo. É a primeira vez que o Museu Nacional da Dinamarca, dono do valioso acervo, empresta todo o conjunto de telas, com destaque para oito esplêndidos retratos de tipos étnicos brasileiros e 12 belíssimas telas de frutos, legumes e flora tropicais feitas ao ar livre, a exemplo de Cabaça, frutas cítricas e cacto, na qual se destaca um céu carregado e uma nítida influência de Caravaggio.

A mostra carioca foi inaugurada na terça-feira 8 pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, e pelo ministro da Cultura da Dinamarca, Brian Mikkelsen, em sua primeira viagem ao Brasil. Ele aproveitou a visita para tratar de acordos culturais entre os dois países. “A vinda destas obras, pelas quais tenho uma fascinação pessoal, é o resultado de dez anos de negociações, num trabalho muito grande conduzido pelo sr. Jens Olesen (presidente da McCann-Erickson Brasil)”, afirmou Mikkelsen. Originalmente, o Rio de Janeiro não estava previsto na itinerância da exposição. Mas, em razão do sucesso, o empréstimo foi ampliado por mais dois meses. O custo, que estacionava na casa dos US$ 2,5 milhões, cresceu em mais US$ 400 mil. “Foi mais uma grande vitória que fez com que um número ainda maior de brasileiros conhecesse as pinturas de Eckhout”, afirma o incansável Olesen, o grande orquestrador da visita ao Brasil desta aula de história em pinceladas.