"Eu descia uma escadaria. Atrás de mim, um cara tinha um fuzil apontado para a minha cabeça. E, quanto mais eu descia, mais escuro ficava. Lá embaixo, eu vi uma parede. Eu tinha certeza de que ia morrer". Na segunda quinzena de maio deste ano, o jornalista Klester Cavalcanti, 43 anos, chegou em Homs, uma das cidades mais afetadas pela guerra civil na Síria, para saber como estava a vida de alguns dos milhares de habitantes.

Era o único jeito de contar suas histórias com propriedade, dando às pessoas nome e sobrenome. Mas a viagem não saiu bem como o planejado. Apesar de ter visto de imprensa, Cavalcanti foi preso no dia que chegou a Homs.

Mas foi justamente na prisão que as histórias mais interessantes começaram a surgir. Esses relatos, assim como os momentos em que esteve nas mãos do regime, Cavalcanti reuniu no livro Dias de Inferno na Síria (Benvirá editora, R$ 32,50), que será lançado nesta terça-feira (23) em São Paulo.