À espera de Dilma

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 “A hora é agora”, defende o ministro da Previdência, Garibaldi Alves. Sua equipe preparou proposta de uma nova etapa de reforma no sistema de aposentadorias. O principal alvo são as pensões pagas a dependentes, que consumirão R$ 65 bilhões neste ano e cujo pagamento passaria a exigir prazo de carência, com base no tempo de contribuição. Alves reconhece o potencial explosivo do tema: “Quando fala que vai mudar, o mundo vem abaixo.” Ainda assim, espera convencer Dilma Rousseff a levar a proposta adiante em 2013. O Planalto ainda não deu sinal verde à mudança da regra no cálculo das aposentadorias, que substituiria o fator previdenciário.

Investigação em risco
Não é apenas o veículo aéreo não tripulado (Vant) que está sem contrato de manutenção na Polícia Federal. Há mais de um ano, expirou o suporte técnico do software I2. Usado para cruzamento de dados telefônicos e bancários, é uma das principais ferramentas de investigação na PF. O programa contribuiu para produzir provas no mensalão.

Criam-se vagas
Interlocutores de Dilma Rousseff dão como certa a entrada do PSD na Esplanada. Para não desalojar os atuais aliados de seus postos, o Planalto cogita fazer andar a criação do Ministério das Micro e Pequenas Empresas, encalhada no Congresso há mais de um ano e meio.

Contagem regressiva
Depois da novela do Código Florestal no Congresso, vem a parte mais difícil da regularização ambiental das propriedades rurais. Donos de mais de 5 milhões imóveis terão de cadastrar as terras e recuperar áreas protegidas. Em cinco anos, quem não se enquadrar perderá o crédito.

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Porto seguro
José Dirceu comemorou a ida de Luciano Cartaxo para o segundo turno na disputa em João Pessoa. Dirceu trabalha para que o atual prefeito, Luciano Agra, seja eleito governador da Paraíba em 2014. O ex-ministro cuida de interesses de potenciais investidores no porto de Cabedelo.

Charge

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Espelho meu
O Ministério das Cidades prepara licitação para pesquisa com os beneficiários do Minha Casa Minha Vida. Outra pesquisa, com especialistas, vai avaliar a qualidade das habitações do programa. Os resultados são esperados para 2014.

Governo x governo
Um funcionário aposentado do Banco do Brasil recorreu à Lei de Acesso à Informação para conhecer os motivos de ter sido afastado de um cargo, quando estava na ativa. A Controladoria-Geral da União mandou liberar a informação pedida. O banco recorreu à Justiça contra a CGU e obteve uma liminar no Superior Tribunal de Justiça para manter o sigilo.

Vale-viagem
Os ministérios do Trabalho e do Turismo discutem se ganhará a forma de abono ou empréstimo o estímulo para trabalhadores de baixa renda viajarem, sobretudo em período de baixa temporada. O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) bancaria a conta, estimada em mais de R$ 1 bilhão.

Abre-se o Alvorada
Dilma Rousseff se esforçará mais ainda para mostrar que o PMDB é o parceiro preferencial para uma nova aliança ao Planalto. Um jantar com a cúpula do partido e líderes petistas está previsto para logo depois do segundo turno das eleições. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que lançou recentemente o nome do governador Sérgio Cabral para vice de Dilma em 2014, não está entre os convidados. Afagos semelhantes de Dilma com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, não fazem parte da agenda da presidenta. Na contabilidade do Planalto, o PSB de Campos cresceu muito, mas o PMDB ainda é maior.

O candidato Skaf
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, está convicto de que será o candidato do PMDB ao governo de São Paulo. Ele diz que, recentemente, em evento com mais de 100 prefeitos do interior paulista, foi aplaudido e que confia no apoio de Michel Temer. Em 2010, na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, pelo PSB, com 50 segundos de tevê, somou cerca de dois milhões de votos. Quase um milhão a mais do que o deputado Gabriel Chalita no primeiro turno da eleição deste ano, que contou com mais de quatro minutos de tevê.

Toma lá dá cá
GILBERTO CARVALHO, SECRETÁRIO-GERAL DA PRESIDÊNCIA

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ISTOÉ – O sr. vai disputar a presidência do PT?
Carvalho – O mandato de Rui Falcão vai até 2014. Não sou candidato e pretendo continuar
como ministro da presidenta Dilma até o fim de 2014, se assim ela desejar.


ISTOÉ – O sr defende que os condenados pelo mensalão sejam expulsos do PT, como prevê o estatuto?
Carvalho – O estatuto prevê a expulsão de filiados condenados por “crimes infamantes”, mas essa categoria não é tipificada no Código Penal. A direção do partido já manifestou que isso precisaria ser revisto.

ISTOÉ – O que muda no partido depois do julgamento?
Carvalho – Avalio que o PT vai reforçar a defesa da reforma política, especialmente em relação ao financiamento público das campanhas.

Rápidas
* O substituto de Mauro Hauschild na presidência do INSS só será anunciado depois do segundo turno das eleições. Até lá, o ministro da Previdência tira alguns dias de férias para subir no palanque do PMDB em Natal.

* Corre na internet abaixo-assinado pelo fim das pesquisas de intenção de voto. O pedido, dirigido à cúpula dos Três Poderes, alega que muitos eleitores optam por dar os votos aos candidatos com mais chance de ganhar.

* Passadas as eleições, Dilma Rousseff vai reabrir o cinema do Palácio da Alvorada. Está programada para os primeiros dias de novembro a exibição para convidados do filme “O Palhaço”, escolhido para representar o Brasil na disputa do Oscar.

* O conselheiro da Anatel Marcelo Bechara exonerou de seu gabinete a as­sessora Rebeca Martins, que foi trabalhar na Oi. Em seu lugar, ele nomeou Ana Claudia da Paz, que coincidentemente trabalhava na mesma empresa de telefonia.

Retrato falado

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Dividido entre o compromisso do governo de reduzir as tarifas de luz e a pressão do setor para manter lucros, Renan Calheiros (PMDB-AL) assumiu a relatoria da medida provisória das elétricas dizendo que quer conversar “com todo mundo”. Candidato à presidência do Senado, Renan tem na tarefa uma espécie de teste para o posto. O texto editado pela presidenta não passará intacto pelo Congresso, adiantou.

Escala parisiense

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Acontecerá no início de dezembro um segundo novo encontro do presidente da França, François Hollande, com Dilma Rousseff. A presidenta fará uma escala em Paris a caminho da visita oficial à Rússia. Até aqui, não há sinal de que o governo brasileiro vá retomar as negociações para a compra de 36 caças. Os Rafale, produzidos pela francesa Dassault, disputam com os caças da americana Boeing e da sueca Saab.


Empenho zero
A menos de dois meses e meio do fim do ano, R$ 6 bilhões de projetos do Programa de Aceleração do Crescimento ainda não passaram pela primeira etapa de gastos. No topo dessa lista está a compra de máquinas para a recuperação de estradas vicinais em municípios pequenos.

Fotos: Adriano Machado; ROBERTO CASTRO; Antônio Cruz/ABr; ERIC FEFERBERG/afp photo
Colaborarou Claudio Dantas Sequeira 


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